Criança arrastada pelas águas no centro de Díli

Uma criança foi hoje arrastada pelas águas num canal de drenagem na zona de Manleuana, Díli, depois de cerca de uma hora de chuva intensa na capital timorense, e que alagou várias zonas da cidade, segundo fonte oficial.

Lusa /
António Sampaio - Lusa

Fonte da Proteção Civil timorense disse à Lusa que vários elementos estão nesta altura à procura da criança, "que terá cerca de dez anos", tanto na zona do canal, como numa zona próxima de coleta de água.

Testemunhas explicaram à Lusa que o menino caiu no canal de drenagem e foi arrastado.

"Tentamos agarrar no miúdo, mas ele desapareceu nas águas que estavam muito fortes", disse à Lusa uma testemunha do incidente.

A chuva intensa que caiu a meio da tarde causou inundações em vários locais da cidade, incluindo nas zonas de Metiaut, Caicoli e Colmera, com água a entrar no Tribunal Distrital de Díli e em várias lojas no centro da capital.

Construção desenfreada, sem qualquer plano de urbanização, uma quase inexistente intervenção das autoridades, lixo e lama acumulada em ribeiras e derrocadas de lama em zonas de maior elevação estão a causar problemas regulares na cidade.

Há várias zonas com buracos nas estradas, com áreas de drenagem sujas, entupidas ou tapadas e praticamente não há escoamento em locais mais urbanizados, o que, sempre que chove, deixa vários pontos da cidade alagados.

Recorde-se que Díli viveu em abril do ano passado as maiores cheias em décadas, causando dezenas de milhares de desalojados, dezenas de mortos e danos a várias infraestruturas públicas e privadas, muitas das quais continuam, um ano depois, por arranjar.

Morosos processos de aprovisionamento, poucos meios de reação rápida e carências nas estruturas da proteção agravam a situação.

O impacto da pandemia levou muitos trabalhadores a perder o emprego, pelo que o `desenrasca` se tornou comum, com construções ilegais de pequenos negócios a agravarem os problemas na cidade.

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