Crime organizado movimentou 25 ME em menos de dois anos em São Paulo

São Paulo, Brasil, 03 Mar (Lusa) - O Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que paralisou a cidade de São Paulo, em Maio de 2006, movimentou em 20 meses cerca de 63 milhões de reais (25,2 milhões de euros), noticia hoje a imprensa local.

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Um estudo do Conselho de Controlo de Actividades Financeiras (COAF), órgão responsável pelo combate ao branqueamento de capitais, divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo, revelou que o PCC movimentou 686 contas bancárias pertencentes a 748 pessoas e empresas, entre Novembro de 2005 e Julho de 2007.

A investigação do COAF incluiu 2.607 titulares de contas bancárias suspeitas, identificados por meio de cruzamento de informações ou de dados fornecidos pelas autoridades policiais que trabalham no combate ao crime organizado em São Paulo.

Grande parte das operações financeiras está concentrada em cerca de 50 contas movimentadas por integrantes do alto comando do PCC, nomeadamente na capital e em cidades do interior do Estado de São Paulo.

O cruzamento das informações revelou também que grande parte dos envolvidos não apresentava capacidade económica que justificasse o volume de dinheiro movimentado, salientou o diário.

A investigação mostrou ainda que a facção criminosa actua também em outros estados brasileiros, como Minas Gerais, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, Maranhão, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará.

O montante de dinheiro movimentado pelo PCC, entretanto, pode ser muito superior ao identificado pelo COAF, porque a facção utiliza também dinheiro em espécie e um saco azul, sublinhou o diário.

Em Maio de 2006, o PCC comandou uma série de ataques com bombas e armas de fogo a autocarros, prédios públicos, postos de gasolina, agências bancárias, viaturas e esquadras policiais.

Entre os dias 12 e 20 de Maio, os confrontos paralisaram a maior cidade brasileira e foram responsáveis por 493 vítimas mortais por disparos de armas de fogo, entre polícias, bandidos e civis.

O PCC, facção criminosa que comanda os presídios do Estado de São Paulo, comandou outras duas vagas de ataques, nos meses de Julho e Agosto de 2006.

Os ataques, segundo líderes do PCC, foram uma forma encontrada para protestar contra as precárias condições de vida dos prisioneiros nos lotados presídios de São Paulo.


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