O Aeroporto da Madeira, desde ontem rebatizado Aeroporto Cristiano Ronaldo, conta com uma nova escultura do jogador a que terá sido difícil escapar nas últimas 24 horas, mesmo para o internauta mais desatento. Contamos-lhe a história por trás do busto mais famoso do momento.
Um trabalho “bizarro”, longe da perfeição e alvo de escárnio na internet um pouco por toda a parte. Alvo de comparações com o fiasco no restauro do fresco de Ecce Homo, há quatro anos, ou com o busto de Art Attack, ou menções ao antigo jogador irlandês Niall Quinn. Há momentos de humor para todos os gostos.
O britânico The Independent, por exemplo, questiona quando conseguirá Cristiano Ronaldo obter uma reprodução fiel da sua imagem, numa referência à estátua do escultor madeirense Ricardo Veloza, que já se encontra desde 2014 na Praça do Mar, junto ao porto do Funchal.
Mas o autor do busto que está a ser alvo de todas as atenções e comentários diz estar satisfeito com o trabalho realizado. Emanuel Santos é um escultor autodidata, de 40 anos, que vive na região da Madeira. Iniciou o projeto quando soube que o aeroporto local seria rebatizado com o nome do jogador da Seleção Nacional e do Real Madrid.
“Esta ideia surgiu por iniciativa própria (…) Decidi fazer o projeto e apresentar à direção do Aeroporto, que me mandou avançar com o trabalho”, conta o escultor em entrevista à RTP Madeira.
Do projeto inicial à realização, Emanuel Santos contou com 15 dias “no máximo” para concluir o busto, que se encontra desde ontem junto à placa de inauguração. O trabalho “foi apresentado à direção o projeto, praticamente a meio termo”, que decidiu avançar para a fase de conclusão do trabalho “visto estar dentro do que pretendiam fazer para a homenagem”, conta o autor sobre o processo criativo.
"É sempre uma mais-valia para mim fazer um trabalho desta natureza, para mais representar a maior vedeta do futebol mundial, sendo um conterrâneo da nossa terra. É sempre um orgulho enorme fazer um trabalho desta natureza", disse o escultor.
Em entrevista à Renascença, o autor da escultura conta que está desempregado desde o início do ano e que por isso tem-se dedicado à sua arte nos últimos tempos. Diz que tinha o sonho de fazer uma escultura do internacional português, tendo já no currículo outras esculturas de homenagem aos pescadores e outra sobre os lenhadores de Machico.
O trabalho desde ontem exposto no Aeroporto da Madeira foi aprovado previamente pela família e pelo próprio jogador e o craque português “gostou do que viu”. Sobre as críticas nas redes sociais, o escultor diz que é preciso saber “gerir as críticas”, até porque “uma escultura é uma escultura e uma fotocópia é uma fotocópia”.
Confessa que ainda não teve tempo de ver o que está a ser dito no mundo online, referindo apenas que o feedback do seu círculo mais próximo está a ser positivo.
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