Danúbio é o único rio europeu na lista dos 10 mais ameaçados
O Danúbio é o único rio europeu que faz parte da lista dos dez grandes rios mundiais mais ameaçados devido às alterações climáticas, poluição e barragens, alerta um relatório do Fundo Mundial para a Vida Selvagem.
O documento, divulgado na antevéspera do Dia Mundial da Água (quinta-feira, 22 de Março) refere que alguns dos principais rios mundiais estão a secar, prenunciando uma grave escassez de água.
"O mau planeamento e a falta de protecção das áreas naturais significam que não podemos continuar a assumir que a água vai continuar a correr para sempre", sublinha o Fundo Mundial para a Vida Selvagem (WWF, na sigla inglesa).
Cinco dos dez rios enumerados pelo WWF situam-se na Ásia (Yangtze, Mekong, Salween, Ganges e Indo). O resto da lista é composto pelo Danúbio (Europa), La Plata e Rio Grande/Rio Bravo (América), Nilo-Lago Vitória (África) e Murray-Darling (Austrália).
O estudo salienta que as barragens ao longo do Danúbio - um dos maiores rios da Europa, que passa por Áustria, Bulgária, Croácia, Alemanha, Hungria, Moldávia, Eslováquia, Roménia, Ucrânia, Sérvia e Montenegro - já destruíram 80 por cento das zonas húmidas e planícies aluviais desta bacia hidrográfica.
Mesmo com o aumento das temperaturas que ameaça derreter os glaciares dos Himalaias, o rio Indo enfrenta a falta de água, devido à sobre-exploração para fins agrícolas.
Diversas espécies de peixes, principal fonte de proteína e essenciais à sobrevivência de milhares de comunidades em todo o mundo, estão também em risco.
"Todos os rios deste relatório simbolizam a crise da água anunciada há vários anos, mas os alertas caíram em saco roto", assinala o WWF.
O relatório apela aos governos que melhorem a protecção dos rios e a distribuição de água para salvaguardar os habitats e os meios de subsistência das comunidades ribeirinhas.
"A conservação dos rios e das zonas húmidas deve ser vista como uma componente da segurança nacional, saúde e sucesso económico. Devem ser incentivadas formas de usar a água em cultivos e produtos que não consumam mais do que o necessário", concluiu a organização ambientalista.