Defesa do autor confesso dos atentados pede à ONU investigação sobre torturas em Gantánamo

Washington, 27 jun (Lusa) -- A defesa do autor confesso dos atentados do 11 de Setembro Khalid Sheikh Mohammed pediu às Nações Unidas uma investigação sobre a alegada tortura de que o seu cliente alega ter sido vítima na prisão de Guantánamo.

Lusa /

Na terça-feira, Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura, a defesa de Mohammed revelou ter enviado, a 05 de maio, uma carta a Juan Mendez, o relator especial da ONU sobre a tortura.

A primeira confissão do paquistanês, conhecido também como KSM, assumindo a responsabilidade pelos ataques de 2011 contra os Estados Unidos, foi conseguida com recurso à tortura, depois de ter sido vítima de 183 simulações de afogamento e de 7,5 dias de privação de sono numa prisão secreta da CIA, de acordo com o relatório dos serviços de informações norte-americanos.

A carta apela à ONU para "iniciar uma investigação completa, justa e imparcial".

"Depois de ter sujeitado o Sr. Mohammed a tortura e a um tratamento cruel, desumano e degradante depois da sua captura a 01 de março de 2003, em Rawalpindi, no Paquistão, o Governo norte-americano silenciou-o", lê-se na carta, a que a agência AFP teve acesso.

O mesmo documento alega que "o Governo norte-americano pretende fechar este capítulo negro e doloroso da história da nação com a morte do Sr. Mohammed depois de um julgamento espetáculo".

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