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Défice imunitário. Cientistas preocupados com doença de pele nas orcas
Cientistas que estudam uma população ameaçada de orcas residentes ao largo da costa noroeste do Pacífico, no Canadá e nos EUA, estão preocupados com o aumento de lesões cutâneas nos corpos dos animais. Os especialistas estão convencidos de que o problema estará relacionado com a diminuição da capacidade do sistema imunitário para lidar com doenças.
As lesões apareceram nas baleias como manchas e pontos cinzentos ou negros. Algumas assemelham-se a pele tatuada.
A presença de lesões está a “aumentar significativamente”, revelou Joseph K Gaydos, da SeaDoc Society da escola de medicina veterinária da Universidade da Califórnia, principal autor do artigo científico.
O documento frisa que “o significado para a saúde não é claro. Mas existe uma possível relação entre as lesões e a diminuição da condição corporal numa população ameaçada. As lesões poderão ser o sintoma de condições subjacentes graves que afetam a saúde das baleias – desde a supressão imunitária – e a sua presença, como em qualquer cetáceo, é um sinal de alerta de que as coisas não estão bem”.
Segundo a BBC, que teve acesso ao artigo cientifico, “com 99 por cento dos animais estudados a apresentarem lesões, as consequências podem ser desastrosas para a frágil população de orcas residentes no sul, que atualmente conta com menos de 75 indivíduos”.
“É preocupante. Necessitamos de isolar o potencial agente infeccioso”, avançou Gaydos.
O relatório surge numa altura em que as orcas são, cada vez mais, notícia a nível mundial devido ao impacto das atividades humanas.
O estudo, realizado em coautoria, analisa possíveis causas como o aquecimento das águas costeiras, o poxvírus, os efeitos poluentes orgânicos persistentes ou a crescente escassez de presas que reduzem a imunidade. No entanto, não é possível tirar conclusões definitivas. Certo é que a infeção misteriosa é uma preocupação urgente para uma rede mundial de cientistas e ambientalistas que estudam as orcas, uma espécie que apresenta muita semelhança com os humanos.
Desde 1976 que as orcas do sul têm sido estudadas intensivamente pelo Centro de Investigação de Baleias identificando os animais pelas marcas pretas e brancas e pelas formas de cicatrizes das suas barbatanas.
Foi a abrangência do conjunto de dados do centro que permitiu a Gaydos e colaboradores avaliar o rápido declínio da saúde dos animais, a partir de imagens de 18.697 avistamentos.
As orcas residentes no sul estão sujeitas a múltiplos fatores de origem humana. A diminuição do número de salmões chinook está a reduzir a sua fertilidade e as crias que agora nascem morrem normalmente no espaço de três anos. Em circunstâncias ideais, as orcas fêmeas podem viver até pelo menos 90 anos de idade, e possivelmente até aos 100, já os machos apenas chegam aos 60.
O Centro de Investigação das Baleias acredita que o impacto dos novos projetos de oleodutos no Canadá e a consequente poluição sonora e perturbações podem levar a espécie a aproximar-se da extinção.
O efeito da poluição marinha nas baleias é, há muito, uma preocupação. As águas costeiras onde as orcas se alimentam são suscetíveis ao escoamento de produtos químicos agrícolas e industriais. O uso de antibióticos nas explorações de salmão também podem ser um fator.
A presença de lesões está a “aumentar significativamente”, revelou Joseph K Gaydos, da SeaDoc Society da escola de medicina veterinária da Universidade da Califórnia, principal autor do artigo científico.
O documento frisa que “o significado para a saúde não é claro. Mas existe uma possível relação entre as lesões e a diminuição da condição corporal numa população ameaçada. As lesões poderão ser o sintoma de condições subjacentes graves que afetam a saúde das baleias – desde a supressão imunitária – e a sua presença, como em qualquer cetáceo, é um sinal de alerta de que as coisas não estão bem”.
Segundo a BBC, que teve acesso ao artigo cientifico, “com 99 por cento dos animais estudados a apresentarem lesões, as consequências podem ser desastrosas para a frágil população de orcas residentes no sul, que atualmente conta com menos de 75 indivíduos”.
“É preocupante. Necessitamos de isolar o potencial agente infeccioso”, avançou Gaydos.
O relatório surge numa altura em que as orcas são, cada vez mais, notícia a nível mundial devido ao impacto das atividades humanas.
O estudo, realizado em coautoria, analisa possíveis causas como o aquecimento das águas costeiras, o poxvírus, os efeitos poluentes orgânicos persistentes ou a crescente escassez de presas que reduzem a imunidade. No entanto, não é possível tirar conclusões definitivas. Certo é que a infeção misteriosa é uma preocupação urgente para uma rede mundial de cientistas e ambientalistas que estudam as orcas, uma espécie que apresenta muita semelhança com os humanos.
Desde 1976 que as orcas do sul têm sido estudadas intensivamente pelo Centro de Investigação de Baleias identificando os animais pelas marcas pretas e brancas e pelas formas de cicatrizes das suas barbatanas.
Foi a abrangência do conjunto de dados do centro que permitiu a Gaydos e colaboradores avaliar o rápido declínio da saúde dos animais, a partir de imagens de 18.697 avistamentos.
As orcas residentes no sul estão sujeitas a múltiplos fatores de origem humana. A diminuição do número de salmões chinook está a reduzir a sua fertilidade e as crias que agora nascem morrem normalmente no espaço de três anos. Em circunstâncias ideais, as orcas fêmeas podem viver até pelo menos 90 anos de idade, e possivelmente até aos 100, já os machos apenas chegam aos 60.
O Centro de Investigação das Baleias acredita que o impacto dos novos projetos de oleodutos no Canadá e a consequente poluição sonora e perturbações podem levar a espécie a aproximar-se da extinção.
O efeito da poluição marinha nas baleias é, há muito, uma preocupação. As águas costeiras onde as orcas se alimentam são suscetíveis ao escoamento de produtos químicos agrícolas e industriais. O uso de antibióticos nas explorações de salmão também podem ser um fator.
No entanto, Gaydos revelou que no seu estudo não encontrou “qualquer prova de que o aumento de prevalência das lesões cutâneas esteja associado à utilização de antibióticos ou a qualquer outra ação de gestão associada à criação de salmão”.
As orcas ocupam o topo da cadeia alimentar marinha e os poluentes acumulam-se através dos peixes que ingerem.