Mundo
Guerra no Médio Oriente
Deixar a guerra para trás. David Nora estudava em Jerusalém há dois anos
Na quarta-feira regressou a Portugal mais um português vindo de Israel. David Nora, um jovem estudante na Universidade Hebraica em Jerusalém, veio para Portugal pelos próprios meios, não fazendo parte dos grupos de portugueses repatriados pela Força Aérea. Em entrevista à RTP, o jovem português explica como conseguiu sair de Israel e relata a situação vivida no Médio Oriente.
Com o escalar da situação que foi acompanhando através das redes sociais e após a "segunda sirene que começou a intensificar-se cada vez mais, com os rockets a chegarem a Jerusalém", David Nora percebeu que tinha de sair de Israel.
"Aí percebi que com mais intensidade e com as sirenes a tocarem cada vez mais, o melhor a fazer é fazer uma mochila para estar preparado no caso da Embaixada ou alguém me contactar para poder evacuar rápido".O relato de cenas "barbáricas e horrendas" e a confirmação do "Estado de guerra" por parte das autoridades israelitas fizeram o jovem querer sair de Israel.
"Pelos comunicados que foram dados durante a noite, do primeiro-ministro israelita e do ministro da Defesa que declararam guerra oficial e que o plano era dizimar Gaza, então eu percebi que o melhor a fazer era voar dali para fora o mais rápido possível", conta.
No entanto, o jovem português explica que teve dificuldades em contactar o Serviço de Emergência Consular mas que depois de algumas tentativas e esforços nesse sentido acabou por ser contactado diretamente pelo serviço.
"O Gabinete de Emergência Consular contactou-me, disse que neste momento a prioridade não era para os residentes era só para os turistas e que eu sendo residente tinha que procurar os meios comerciais", disse à RTP.
Neste sentido e apesar da dificuldade em encontrar voos devido ao tráfego aéreo elevado, David Nora conseguiu um voo para Praga com a ajuda de amigos que estavam em Portugal.
O jovem português residente em Israel há dois anos não pensa voltar: "Ainda é muito cedo para voltar, porque acho que as coisas vão escalar muito rápido e vão escalar a grandes dimensões, por isso para já não".