Demitiu-se o primeiro-ministro francês

por RTP
Christian Hartmann - Reuters

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, demitiu-se e a renúncia do Governo já foi aceite pelo Presidente Emmanuel Macron, anunciou esta sexta-feira o Palácio do Eliseu.

A renúncia é de toda a equipa governativa.

O Governo que renuncia manter-se-á em funções até à nomeação do novo executivo, uma mudança desejada por Emmanuel Macron, que anunciou uma "nova equipa" para seguir um "novo caminho" político durante a última parte de seu mandato até eleições presidenciais de 2022.

“Vou fazer escolhas para conduzir um novo caminho. São os novos objetivos de independência, de reconstrução, de reconciliação e de novos métodos para avançar. Por trás, haverá uma nova equipa”, considerou Macron numa entrevista publicada esta sexta-feira.

Rosário Salgueiro, correspondente da Antena 1 em Paris

A demissão já era esperada, dados os resultados das eleições do último fim de semana, em que o partido de Macron foi fortemente castigado e em que os Verdes conseguiram uma clara ascensão.

Do Gabinete de Emmanuel Macron veio já indicação que o novo executivo vai ser nomeado "nas próximas horas". Alguns jornais advogam a possibilidade de Philippe ser renomeado, encabeçando uma nova equipa, mas há quem veja no minstro da Economia Bruno Le Maire o possível sucessor para o cargo de primeiro-ministro.

Na entrevista hoje publicada, Macron foi evasivo sobre a manutenção ou não de Philippe. “Depois de três anos ao meu lado, ele efetuou um trabalho marcante e conduzimos reformas importantes, históricas, em circunstâncias muitas vezes difíceis”, sublinhou.

Para além disso, os meios de comunicação franceses dão conta de uma correção feita à entrevista do Presidente Emmanuel Macron publicada hoje pelos meios de comunicação locais em que, numa primeira versão, o líder francês teria indicado com certeza a recondução do primeiro-ministro com a resposta a ser substituída por uma afirmação mais vaga.

A meio do mês de junho, Macron argumentava estar na altura de "reinventar" a sua presidência e de se reposicionar no espetro político, quando faltam apenas 21 meses para as eleições presidenciais.

A mudança acontece quando o primeiro-ministro vinha a apresentar níveis de popularidade mais elevados do que Macron. Edouard Philippe estava em funções há três anos e estava a ganhar popularidade junto do eleitorado, graças à forma como tem gerido a crise pandémica no país.

Philippe foi a votos nas eleições municipais em França, sendo eleito para a autarquia do Havre.

Edouard Philippe veio da Direita e nunca chegou a juntar-se ao partido de Macron República em Marcha.

A remodelação adivinha-se assim de grande amplitude e acontece depois de vários encontros do Presidente com figuras de destaque como os seus predecessores, Nicolas Sarkozy e François Hollande, mas também com autarcas e ainda os líderes da Assembleia Nacional e do Senado, assim como o presidente do Conselho Económico, Social e Ambiental.

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