Democracia vive momento mais crítico desde Segunda Guerra Mundial alertou Lula da Silva

por Lusa
Amanda Perobelli - Reuters

O Presidente brasileiro alertou hoje para o momento difícil que a democracia atravessa, o "mais crítico desde a Segunda Guerra Mundial", e insistiu na necessidade de intensificar a luta contra a desigualdade, inclusive fiscal, entre ricos e pobres.

"A paz está ameaçada em muitas partes do mundo, a democracia está a enfrentar o momento mais crítico desde a Segunda Guerra Mundial", disse Luiz Inácio Lula da Silva numa mensagem de vídeo na abertura do fórum sobre justiça social e fiscalidade no Vaticano.

O encontro, organizado pela Academia Pontifícia de Ciências Sociais e pela Comissão Independente para a Reforma da Tributação Internacional das Empresas, reúne especialistas de todo o mundo para discutir "justiça e solidariedade, um tema central para alcançar um desenvolvimento económico inclusivo e sustentável", disse o governante brasileiro.

"A desigualdade entre ricos e pobres aumentou significativamente. A riqueza dos bilionários aumentou em 2024 (...) três vezes mais do que em 2023. Enquanto isso, 60% da humanidade enfrenta a pobreza", detalhou, observando que `os bilionários pagam proporcionalmente muito menos impostos do que a classe trabalhadora`.

Nesse contexto, Lula salientou que o Brasil colocou "a luta contra a desigualdade, a fome e a pobreza no centro das discussões".

"Por isso lançámos a Aliança Global contra a Pobreza e a Fome, que conta com mais de 90 países entre os seus membros", que ontem [quarta-feira] realizou `a primeira reunião da sua comissão em Roma, na sede do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da ONU`, indicou.

"O Brasil tem insistido na necessidade de cooperação internacional para desenvolver regras globais de tributação mínima e fortalecer as iniciativas existentes, inclusive para os bilionários", acrescentou, mencionando o trabalho do seu Governo na "elaboração da convenção da ONU sobre cooperação tributária internacional".

E, a nível nacional, "estamos a implementar uma reforma fiscal progressiva" para se "colocar os pobres no orçamento nacional e tributar os ricos", reforçou.

Além disso, "com a presidência dos BRICS [grupo de países de economias emergentes] e a COP30 [Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas] neste ano, o Brasil pretende propor uma nova arquitetura para o financiamento climático. Precisamos de mais recursos para implementar a Agenda 2030 e os acordos de Paris", concluiu.

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