A vitória de Barack Obama, estrela ascendente do partido democrata, foi unanimemente anunciada pelos Media ainda antes da eleição. Será o único negro a ter assento no Senado e o terceiro em toda a história dos Estados Unidos.

Este advogado de 43 anos especializado em direitos cívicos, nascido de uma mãe branca do Kansas e de um pai imigrado queniano, inflamou a Convenção do partido democrata no final de Julho ao exclamar: "Não há uma América negra, uma América branca e uma América hispânica. Há os Estados Unidos da América".

A sua vitória compensa os democratas pela perda de um lugar na Georgia, igualmente muito esperada. O republicano Johnny Iskasdon venceu sem surpresa o lugar de Zell Miller, um democrata que pediu o voto em George W. Bush, ao lado de quem fez campanha.

A fraca maioria republicana no Senado norte-americano (51 lugares republicanos contra 48 democratas e um independente actualmente) está em jogo. Dos 34 lugares em disputa, os democratas detinham 19 e os republicanos 15.

A ascensão fulgurante de Barack Obama é emblemática de uma nova geração dos negros norte-americanos, a dos filhos da integração educados depois das leis dos direitos cívicos concedidos aos negros em Julho de 1964 pelo presidente democrata Lyndon Johnson.

Obama concorria para o Senado contra um outro negro, ultra- conservador, Alan Keys. O partido republicano teve de retirar o seu primeiro candidato, caído em desgraça pela revelação do seu gosto em frequentar clubes de troca de casais.