Democratas nos EUA com "cenário favorável" para intercalares

 O presidente da Fundação Obama, David Simas, considera "relativamente favorável" a tendência para o partido democrata nas eleições intercalares norte-americanas de 8 de novembro, e admite que Donald Trump seja o candidato presidencial republicano em 2024.

Lusa /
David Simas considera que os democratas nos EUA têm um cenário favorável para as intercalares de novembro D.R.

Numa entrevista à agência Lusa em Lisboa, onde participou na Cimeira sobre Liderança Portugal 2022, subordinada ao tema "Agir Agora pela Sustentabilidade, Digital, Direitos Humanos e Paz", Simas defendeu que nas intercalares deste ano há uma "tendência relativamente favorável para os democratas, o que pode mitigar algumas das perdas" que os partidos no poder tradicionalmente sofrem.

"Tem sido a forma de viver nos Estados Unidos há muito tempo. Governos divididos são uma situação normal para nós. Nos últimos dois anos da presidência de (Barack) Obama (2009/2017), era um presidente democrata, mas os republicanos controlavam tanto o Senado como a Câmara dos Representantes. O mesmo aconteceu com o Presidente (George) Bush (1989/93) nos seus dois últimos anos, e com (Ronald) Reagan (1981/89). É uma ocorrência normal na política norte-americana. Se isso acontecer, e não sei se irá acontecer, o sistema de governação norte-americano, será o normal", sustentou Simas.

"(No caso de os republicanos vencerem as intercalares) será interessante ver, então, quais os compromissos que as duas partes assumirão, quais as concessões, porque todo o sistema está subordinado à ideia de que nada, nenhuma lei ou legislação, passa com facilidade", referiu o antigo diretor de Estratégia Política e Relações Externas da Casa Branca durante o mandato de Obama.

Questionado pela Lusa sobre se os democratas podem perder o controlo do poder, o presidente da Fundação Obama relevou que, na história das eleições intercalares dos últimos 40 a 50 anos, em geral, "quando um partido conquista a presidência nas duas câmaras do Congresso até às eleições, depois das intercalares o partido da oposição ganha sempre lugares".

"Com apenas uma exceção significativa em 2002, no rescaldo dos ataques de 11 de setembro (de 2001), em que o presidente George W. Bush, republicano, não previu um revés histórico. A questão agora é saber se haverá alguma coisa no ambiente nos últimos três a quatro meses que altere a dinâmica nas intercalares", analisou.

 

Tópicos
PUB