Depressão prejudica mais a saúde do que doenças crónicas

A depressão é mais prejudicial para a saúde do que doenças crónicas como a angina de peito, a artrite, a asma e a diabetes, segundo um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Esta conclusão, publicada no mais recente número da revista médica britânica "The Lancet", é o resultado de uma pesquisa efectuada por investigadores da OMS em 245.404 doentes de vários países, nos últimos doze meses.

A depressão, por si só, representa 3,2 por cento dos casos analisados, valor inferior ao da angina de peito (4,5) e ao da artrite (4,1), mas os investigadores observaram que a depressão está, em muitos casos, associada a uma, ou até duas em simultâneo, destas quatro doenças crónicas.

Entre 09 e 23 por cento dos doentes observados sofriam de uma ou duas doenças crónicas e, também, de depressão, o que fez com que os investigadores da OMS chegassem à conclusão de que a depressão contribui significativamente para a diminuição da saúde da população a nível mundial.

Por essa razão, advertem que a depressão combinada com artrite, asma, diabetes ou angina de peito é muito mais prejudicial para a saúde do que padecer de duas ou mais destas doenças crónicas em conjunto.

"Isto mostra a necessidade urgente de colocar a depressão entre as doenças com prioridade de tratamento no sistemas de sáude, por forma a reduzir os seus efeitos e melhorar a saúde da população mundial", comentam os investigadores na revista.

Um estudo anterior do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, também publicado na revista "The Lancet", já abordava a questão da necessidade de promover o apoio psicológico nos sistemas de saúde nacionais dos países menos desenvolvimos.

Esse estudo apresentava o caso da Nigéria, país onde apenas dois por cento dos doentes com depressão consultaram um médico no último ano. Desses dois por cento, apenas um em cada dez doentes foram posteriormente seguidos e tratados por um médico.

Esta investigação aponta, ainda, que a depressão é mais comum nos homens casados, com baixo nível de escolaridade e com menores rendimentos.

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