Descobertos fósseis com 66 milhões de anos

por RTP
Djordje Kojadinovic, Reuters

Uma equipa de paleontólogos da Universidade do Kansas, nos EUA, encontrou fósseis de animais terrestres e de peixes que viveram no que é atualmente o Estado do Dakota do Norte na altura do asteróide catastrófico que extinguiu os dinossauros.

Há 66 milhões de anos, o impacto de um asteróide erradicava 75 por cento da fauna e da flora do planeta e levava à extinção dos dinossauros. Paleontólogos americanos da equipa do investigador Robert DePalma descobriram naquela região uma quantidade muito significativa de fósseis de animais que morreram após a colisão de um asteróide com a Terra.

O investigador, juntamente com onze coautores, publicou no Proceedings of the American Academy of Sciences (PNAS), um estudo sobre este período, que os especialistas aguardavam com expectativa do maior rigor científico.

Palma, que lidera a investigação, acredita que pode descrever os minutos que se seguiram ao embate do asteróide com o planeta. “Quase nunca temos a oportunidade de analisar o momento de um evento na história terrestre. É muito, muito raro”, disse.

A equipa de investigadores acredita que o asteróide desencadeou um sismo de elevada magnitude. Por sua vez, as ondas sísmicas passados treze minutos provocaram, também no que é hoje o Dakota do Norte, uma onda de dez metros. Quinze minutos depois da colisão, começou uma forte precipitação de detritos projetados pelo asteróide.

No local da descoberta, os cientistas encontraram peixes de água doce, vertebrados terrestres, árvores, ramos, troncos, e outras criaturas marinhas. “A sedimentação ocorreu tão rapidamente que tudo ficou preservado em três dimensões. Não estão esmagados”, explica David Burnham, coautor do estudo.

Robert De Palma explica que a sequência de eventos descrita no estudo é a hipótese mais provável nesta fase de descobertas. “É a natureza do trabalho científico, ajustamos constantemente as nossas interpretações com base nos dados”, disse.
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