Mundo
Destruição de parte da ponte da Crimeia afeta gravemente estratégia de guerra russa
A forte explosão do passado sábado, dia 11, que destruiu parte a ponte de ligação da Rússia à Crimeia tem efeitos gravosos para a estratégia de guerra russa e, em especial, para o moral das tropas russas.
Desde o início da guerra, a 24 de fevereiro, é por esta ponte que se garante o abastecimento das forças russas no sul da Ucrânia. A sua extensão, de quase 19 km, permite a fácil circulação de mercadorias, mas também de tropas e material de guerra, mostrando-se assim fundamental na logística de guerra de Vladimir Putin.
Há apenas três meses, as autoridades da Rússia tinham garantido que a Ponte do Estreito de Kerch não era, de forma alguma, vulnerável. O Governo de Putin mostrava-se confiante nos vinte modos de proteção que implementou ao redor da ponte, como o patrulhamento por tropas de elite e a presença de helicópteros de ataque nas proximidades. Contudo, apesar da apertada segurança e dos fortes avisos de retaliação, a “construção do século”, como era descrita pelos órgãos de comunicação do regime, foi atacada.
Até ao momento, ninguém reivindicou a autoria do ataque, mas as autoridades de Moscovo não hesitam em acusar o governo de Zelensky. Putin encara o ataque à ponte como um "ato terrorista" ucraniano. Por várias vezes, a Ucrânia já tinha mostrado que via a ponte como um dos alvos de maior valor do conflito militar, uma vez que a considerava um símbolo da opressão russa presente na anexação da Península da Crimeia, em 2014.
A fragilidade a que o exército russo parece sujeito está a criar um enorme impulso no moral ucraniano. Mikhaïlo Podoliak, um dos conselheiros de Zelensky deixou uma mensagem de celebração na rede social Twitter, na qual declarou que a explosão “é o início” e que “tudo o que é ilegal deve ser destruído, tudo o que foi roubado deve ser devolvido à Ucrânia, de tudo o que está ocupado a Rússia deve ser expulsa".
Efetivamente, o ataque a este símbolo do orgulho e engenharia russa está a ter um impacto muito negativo em Moscovo. O ataque está a gerar fortes críticas por parte da comunidade nacionalista e pró-guerra ao presidente, nomeadamente ao seu silêncio: para eles, Putin deve responder à explosão da ponte, para que "o seu silêncio não seja percebido como uma fragilidade". Desde o início do conflito que esta comunidade apoia ferozmente o presidente russo, mas agora começa a mostrar dúvidas relativamente à eficácia da sua gestão da guerra. Multiplica-se assim a oposição interna no país e, consequentemente, a crescente descrença nas políticas do líder.
Ao mesmo tempo que Putin se vê cada vez mais isolado, o fracasso militar do país agrava-se: mais de 20 mil soldados estão retidos no outro lado da ponte, ao longo do rio Dnieper, uma vez que os danos na linha ferroviária da Ponte do Estreito de Kerch enfraqueceram a linha de abastecimento no sul da Ucrânia. Embora os soldados consigam garantir a sua alimentação graças aos vários hectares de plantações no local, as munições e substituições de armas precisam de ser fornecidas a partir de bases logísticas que ficam no outro lado do rio e que, neste momento, são inacessíveis.
As ameaças de Putin de que usará “todos os meios” para defender os territórios anexados, estão a fazer os líderes ocidentais temer uma forte ameaça nuclear a nível global.
Há apenas três meses, as autoridades da Rússia tinham garantido que a Ponte do Estreito de Kerch não era, de forma alguma, vulnerável. O Governo de Putin mostrava-se confiante nos vinte modos de proteção que implementou ao redor da ponte, como o patrulhamento por tropas de elite e a presença de helicópteros de ataque nas proximidades. Contudo, apesar da apertada segurança e dos fortes avisos de retaliação, a “construção do século”, como era descrita pelos órgãos de comunicação do regime, foi atacada.
Até ao momento, ninguém reivindicou a autoria do ataque, mas as autoridades de Moscovo não hesitam em acusar o governo de Zelensky. Putin encara o ataque à ponte como um "ato terrorista" ucraniano. Por várias vezes, a Ucrânia já tinha mostrado que via a ponte como um dos alvos de maior valor do conflito militar, uma vez que a considerava um símbolo da opressão russa presente na anexação da Península da Crimeia, em 2014.
A fragilidade a que o exército russo parece sujeito está a criar um enorme impulso no moral ucraniano. Mikhaïlo Podoliak, um dos conselheiros de Zelensky deixou uma mensagem de celebração na rede social Twitter, na qual declarou que a explosão “é o início” e que “tudo o que é ilegal deve ser destruído, tudo o que foi roubado deve ser devolvido à Ucrânia, de tudo o que está ocupado a Rússia deve ser expulsa".
Crimea, the bridge, the beginning. Everything illegal must be destroyed, everything stolen must be returned to Ukraine, everything occupied by Russia must be expelled. pic.twitter.com/yUiSwOLlDP
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) October 8, 2022
Efetivamente, o ataque a este símbolo do orgulho e engenharia russa está a ter um impacto muito negativo em Moscovo. O ataque está a gerar fortes críticas por parte da comunidade nacionalista e pró-guerra ao presidente, nomeadamente ao seu silêncio: para eles, Putin deve responder à explosão da ponte, para que "o seu silêncio não seja percebido como uma fragilidade". Desde o início do conflito que esta comunidade apoia ferozmente o presidente russo, mas agora começa a mostrar dúvidas relativamente à eficácia da sua gestão da guerra. Multiplica-se assim a oposição interna no país e, consequentemente, a crescente descrença nas políticas do líder.
Ao mesmo tempo que Putin se vê cada vez mais isolado, o fracasso militar do país agrava-se: mais de 20 mil soldados estão retidos no outro lado da ponte, ao longo do rio Dnieper, uma vez que os danos na linha ferroviária da Ponte do Estreito de Kerch enfraqueceram a linha de abastecimento no sul da Ucrânia. Embora os soldados consigam garantir a sua alimentação graças aos vários hectares de plantações no local, as munições e substituições de armas precisam de ser fornecidas a partir de bases logísticas que ficam no outro lado do rio e que, neste momento, são inacessíveis.
As ameaças de Putin de que usará “todos os meios” para defender os territórios anexados, estão a fazer os líderes ocidentais temer uma forte ameaça nuclear a nível global.