Depois das diligências do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que convocou o embaixador venezuelano em Lisboa, o Presidente da República veio este sábado manifestar “preocupação pelos recentes acontecimentos” no país de Nicolás Maduro. Foram detidos perto de 40 gerentes de cadeias portuguesas de supermercados.
A oposição a Maduro responsabiliza o Governo pela falta de produtos básicos no mercado.
O Chefe de Estado, lê-se no mesmo texto, tem estado a acompanhar “a posição e as diligências promovidas pelo Governo português”.
Foi na sexta-feira que o Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou o embaixador da Venezuela em Lisboa, Lucas Rincón Romero, a quem transmitiu “a grande preocupação” do Executivo perante a detenção de 38 gerentes de cadeias portuguesas de supermercados. Trinta e quatro continuavam encarcerados.
O gabinete de Augusto Santos Silva referiu em comunicado que no grupo dos detidos há “vários nacionais portugueses e lusodescendentes”.
“Foi salientado o valioso contributo que a significativa comunidade portuguesa e lusodescendente na Venezuela vem dando ao desenvolvimento do tecido empresarial do país e, em particular, à capacidade do sector da distribuição”, salientaram as Necessidades.
Durante a reunião com o representante diplomático venezuelano foi ainda assinalada “a resiliência que estas empresas têm demonstrado face às dificuldades da economia venezuelano, continuando a assegurar um papel social fundamental no abastecimento das populações e na garantia de emprego”.
Marcelo Sobral, Guilherme Terra - RTP
O Ministério comunicou também ao embaixador venezuelano a preocupação de Lisboa com “a situação dos sectores comerciais onde a comunidade portuguesa está fortemente implantada, face às condicionantes económicas e legais que lhes são impostas”.
“O preço que lhes dava na gana”
Na quinta-feira o Presidente venezuelano confirmava as detenções de 34 gerentes de “grandes supermercados”, sob a acusação de “violar a lei”.
Na quinta-feira o Presidente venezuelano confirmava as detenções de 34 gerentes de “grandes supermercados”, sob a acusação de “violar a lei”.
“Tivemos um grupo de supermercados que esconderam os produtos às pessoas e começaram a cobrar o preço que lhes dava gana”, acusava então Nicolás Maduro, pronunciando-se no decurso de uma reunião do Conselho de Ministros no Palácio de Miraflores.
Parte dos detidos, a trabalhar para as cadeias de supermercados Central Madeirense e Excelsior Gama, é suspeita de venda ilícita de alimentos e de alterar preços.
As detenções resultaram de uma operação levada a cabo por elementos da Superintendência para a Defesa dos Direitos Socioeconómicos e agentes da Polícia Nacional Bolivariana. Tiveram lugar na região de Caracas e em Los Altos Mirandinos, Barcelona e Puerto La Cruz.
c/ Lusa
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