Detido no Paraguai ex-chefe da polícia de Bolsonaro condenado por golpe de Estado
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal do Brasil Silvinei Vasques, um dos condenados no julgamento da tentativa de golpe de Estado, foi hoje detido quando tentava fugir a partir de um aeroporto do Paraguai.
A confirmação foi avançada pela Polícia Nacional e pela Direção Nacional de Migrações do Paraguai que, em comunicado, indicou que, "após as consultas realizadas com a Polícia Federal do Brasil, confirmou-se que o detido é considerado um criminoso de alto valor, com condenação transitada em julgado de 24 anos e seis meses de pena privativa de liberdade no país vizinho".
De acordo com as autoridades paraguaias, Silvinei Vasques entrou no país "de forma irregular, evadindo-se da justiça" do Brasil e pretendia "iludir os controlos migratórios" para fugir para El Salvador, "usurpando a identidade de um cidadão paraguaio".
Em declarações à agência noticiosa espanhola Efe, o diretor de Migrações do Paraguai, Jorge Kronawetter, explicou que foi decretada a expulsão administrativa de Vasques, uma vez que era procurado no Brasil e violou as leis paraguaias ao não ter entrado legalmente no país.
"Fazendo uso da lei de migrações, vamos entregá-lo à Polícia Federal brasileira", acrescentou.
Segundo as autoridades brasileiras, Vasques, condenado a 24 anos e seis meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil por participar na tentativa de golpe de Estado, "rompeu a pulseira eletrónica" que monitorizava os seus movimentos, mas foi detido no aeroporto de Assunção antes de concluir a fuga.
Em declarações ao jornal O Globo, o diretor da Polícia Federal brasileira, Andrei Rodrigues, disse que Vasques pretendia fugir para El Salvador com um passaporte paraguaio original que não correspondia à sua identidade.
No dia 16 de dezembro, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do julgamento da tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-Presidente Jair Bolsonaro, que se encontra a cumprir uma pena de mais de 27 anos de prisão.
Silvinei Vasques foi considerado culpado por ter orquestrado uma operação na segunda volta das eleições de outubro de 2022, destinada a dificultar a chegada de eleitores do Nordeste do país aos centros de votação em redutos tradicionalmente de esquerda, favorecendo assim Bolsonaro, que acabou derrotado por Lula da Silva.