Dez mil detenções por violência contra mulheres no Brasil

por Lusa
A violência contra mulheres é um flagelo social relevante no Brasil Reuters

Uma operação lançada pelo governo brasileiro em 1 de janeiro e concluída na segunda-feira, coincidindo com o Dia Internacional da Mulher, levou à detenção de 10.235 pessoas por diferentes crimes de violência contra mulheres.

Só na última segunda-feira, quando a operação foi intensificada, 1.548 pessoas foram detidas sob a acusação de crimes contra mulheres, tais como ameaças, ferimentos, tentativa de femicídio, assédio sexual ou violação.

No mesmo dia, os resultados da operação foram divulgados, numa conferência de imprensa no Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável pela coordenação de uma iniciativa que envolveu cerca de 16 mil agentes da Polícia Civil dos 27 estados do país.

Nos pouco mais de dois meses de operações, além das 10.235 detenções foram apreendidas 1.356 armas, tendo sido investigadas 51.243 queixas de crimes contra mulheres e aplicadas 56 mil medidas de proteção judicial.

A iniciativa beneficiou 188.693 vítimas e mobilizou agentes da polícia em 70 mil visitas a lares onde surgiram relatos de violência contra as mulheres.

"Os números são bastante expressivos. Houve uma participação maciça de polícias civis de todos os estados, o que a tornou na maior operação integrada de combate aos crimes de violência contra as mulheres na história do Brasil", disse o coordenador-geral de planeamento da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça, Fernando Oliveira.

A ministra do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, também presente na conferência de imprensa, disse que a operação foi um marco na luta contra a violência contra as mulheres no Brasil.

Na véspera, o mesmo ministério já tinha avançado que o Brasil registara 105.671 denúncias de violência contra as mulheres em 2020, 72% das quais em contexto de violência doméstica.

Os dados que agregam as queixas apresentadas pela polícia brasileira, com as denúncias feitas através de uma linha especializada, foram divulgados na véspera do Dia Internacional da Mulher pela ministra do setor. Damares Alves indicou que, em 2020, mais de 105 mil mulheres brasileiras foram vítimas de violência.

De acordo com os dados agora apresentados, a maioria das vítimas é de raça negra ou mulata entre os 35 e os 39 anos, com um rendimento médio equivalente ao salário mínimo e sem escolarização.

Quanto aos agressores, estão na mesma faixa etária, mas são, maioritariamente, de raça branca.


Tópicos
pub