Dez pessoas, incluindo um líder do tráfico de droga, morreram numa operação policial num dos maiores conjuntos de favelas do estado brasileiro do Rio de Janeiro, segundo o último balanço policial.
O delegado da Polícia Civil Marcus Amim informou que entre os mortos está o chefe do tráfico do Morro Pavão-Pavãozinho, localizado na Zona Sul da cidade, e um dos seus seguranças.
A identidade do homem não foi divulgada, mas as autoridades policiais afirmaram que escapou da prisão em 2016 e era considerado um dos principais traficantes de drogas nas favelas de Cantagalo-Pavão-Pavãozinho.
Na operação que decorreu na zona norte do Rio de Janeiro foram ainda apreendidas oito espingardas, subindo para 139 o número desse tipo de armamento apreendido pelas autoridades este ano, segundo informou a Polícia Militar na rede social Twitter.
Vários moradores daquele complexo de favelas usaram as redes sociais para relatar a situação de pânico que viveram durante a operação, levada a cabo pelas polícias civil e militar.
Os cidadãos criticaram o facto de serem realizadas operações num momento de pandemia do novo coronavírus, em que os moradores permanecem mais tempo nas favelas, ficando mais vulneráveis aos confrontos entre polícia e gangues.
"Em meio à pandemia global, uma chacina no Complexo do Alemão, após a operação do Batalhão de Operacões Especiais. Evitar aglomeracão? Isolamento social completo? É impossível nessa realidade, infelizmente. O choro de uma mãe acaba com meu coracão", escreveu na rede social Twitter Raull Santiago, ativista e morador do Complexo do Alemão, partilhando um vídeo onde é possível ver corpos no chão.
Já o jornal Voz da Comunidades falou em "cenário de guerra" para relatar a situação vivida pelos moradores da região.
C/ Lusa