O pai de Dilma Rousseff, também já falecido, nasceu na Bulgária e deixou o país em 1929, quando o filho ainda não havia nascido.

"O tempo muitas vezes torna os encontros físicos impossíveis, mas também permite que a gente realize sonhos. Minha presença hoje aqui na cidade natal do meu pai mostra que nós podemos e devemos construir um mundo para além das diferenças étnicas e de língua", declarou a presidente brasileira no discurso proferido já em Gábrovo, cidade natal de Pedro Rousseff.

Emocionada, a presidente brasileira destacou a educação e os valores que recebeu de seu pai e ressaltou o fato de a filha de um imigrante búlgaro - numa altura de grandes xenofobismos no mundo - conseguir tornar-se presidente do país em que foi recebido.

"Esse país [o Brasil], que teve a contribuição de europeus, índios e africanos, que permite que pessoas de origens diferentes convivam democraticamente sem xenofobismos, permite também que a filha de um imigrante búlgaro se torne presidenta da República", completou.

A "presidente Búlgara do Brasil" - como os locais a têm referido - recebeu uma calorosa recepção da população na cidade de Gabrovo, vilarejo com cerca de 60 mil habitantes. Ao chegar, a brasileira foi recebida num evento em praça pública e foi levada a conhecer a escola Vasil Aprilov, onde estudou Pedro Rousseff.

O encontro foi marcado por aplausos, abraços e cumprimentos. Dilma Rousseff também distribuiu autógrafos.

Na escola do seu pai, a presidente sugeriu a abertura de um curso de língua portuguesa, e disse que o mesmo seria feito em Brasília, para a aprendizagem da língua búlgara no Brasil.

A líder brasileira, que pretende transformar o seu vínculo afetivo com a Bulgária em medidas de aproximação e incremento das relações comerciais, viajou de seguida para Ancara, na Turquia, onde hoje se encontrará com o presidente Abdullah.