Dinamarca relaciona incidente de drones com violações do espaço aéreo europeu

A primeira-ministra dinamarquesa admite que o incidente no aeroporto de Copenhaga, ontem, foi "o ataque mais grave à infraestrutura crítica dinamarquesa até à data". Os serviços secretos da Dinamarca alertam que o país enfrenta uma "ameaça significativa de sabotagem". Isto depois do sobrevoo de drones no aeroporto de Copenhaga, na noite de segunda-feira. A presença dos drones também obrigou ao encerramento do aeroporto de Oslo, na vizinha Noruega.

Cristina Santos - RTP /
via Reuters

As autoridades dos dois países estão a colaborar nas investigações e a polícia dinamarquesa afirma que este foi um “incidente muito grave”.

Foi o aeroporto de Copenhaga que avistou na segunda-feira à noite três ou quatro drones “grandes”, cujo modelo a polícia não divulgou e optou por não abater. 
Foto: via Reuters

Além disso, os drones surgiram de diferentes direções com as luzes a piscarem, antes de desaparecerem após várias horas. A polícia admite que tenham sido lançados de navios.

Em conferência de imprensa, esta terça-feira de manhã, as autoridades sublinham que o autor dos sobrevoos de drones sobre o aeroporto de Copenhaga sabe muito bem o que faz. “O número, o tamanho, as trajetórias de voo, o tempo passado sobre o aeroporto. Tudo isso junto... indica que se trata de alguém competente”, disse um dos responsáveis da polícia de Copenhaga.

Por “competente”, a polícia refere-se a alguém que “possui as ferramentas necessárias” para fazer o que fez. Sendo que o autor (ou autores) deste “incidente” continua(m) por identificar nesta fase da investigação. 
Foto: via Reuters

O diretor do serviço de segurança e inteligência da Dinamarca também esteve presente na conferência de imprensa esta terça-feira de manhã.

Flemming Drejer reconhece que, dado o contexto internacional, a Dinamarca enfrenta um nível elevado de ameaça. Todas as opções e ligações possíveis estão a ser analisadas, afirma.

Numa declaração escrita enviada à televisão TV2, a primeira-ministra dinamarquesa defende que “é evidente que o incidente se encaixa nos últimos casos de violações do espaço aéreo e ataques de hackers a aeroportos europeus”. O que aconteceu “diz muito sobre os tempos em que vivemos e com o que nós, como sociedade, devemos estar preparados para lidar”, refere Mette Frederiksen.

Sendo que as autoridades “não descartam qualquer hipótese em relação a quem está por trás” do incidente.

Em Kiev, o presidente ucraniano culpou diretamente a Rússia pelo sucedido em Copenhaga, na segunda-feira à noite.

O aeroporto de Copenhaga, o principal da Dinamarca, está localizado perto de uma rota marítima movimentada, por onde os navios entram e saem do Mar Báltico. A infraestrutura ficou fechada durante quatro horas.

Este “incidente grave” causou transtornos para cerca de 20.000 passageiros, 31 voos foram desviados e 100 cancelados, só na Dinamarca.
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