Diretor do Suncity e quatro arguidos sob prisão preventiva - Ministério Público de Macau

Cinco arguidos, incluindo o diretor executivo do grupo Suncity Alvin Chau, ficaram sob prisão preventiva, no caso de exploração ilícita do jogo e branqueamento de capitais, anunciou hoje o Ministério Público (MP) de Macau.

Lusa /

O juiz de instrução criminal decidiu ainda aplicar as medidas de termo de identidade e residência, de prestação de caução, de apresentação periódica e de proibição de ausência de Macau aos restantes seis arguidos, para evitar a possibilidade de fuga do território, de acordo com um comunicado.

O MP verificou, na sequência da investigação preliminar, a existência de indícios suficientes da prática dos crimes de participação em associação criminosa, punível com pena de prisão até dez anos, de chefia de associação criminosa, até 12 anos de prisão, de branqueamento de capitais (até oito anos de cadeia) e de exploração ilícita de jogo (até três anos).

A decisão foi tomada na sequência do interrogatório dos 11 arguidos, detidos no sábado, e dada "a gravidade da natureza dos referidos crimes, nomeadamente o seu enorme impacto e abalo causados à exploração lícita do setor do jogo de Macau e à estabilidade da ordem financeira" do território, indicou o mesmo comunicado.

O Suncity é o maior angariador do mundo de grandes apostadores e está presente em mais de 40% dos casinos de Macau.

Em 2019, no curso de uma investigação, a Polícia Judiciária de Macau detetou a existência de um grupo criminoso a aproveitar as operações das salas VIP para criar redes de plataformas de jogo para angariar residentes do interior da China para jogo `online` ilícito.

Na sexta-feira, a procuradoria da cidade de Wenzhou, no leste da China, tinha pedido a Alvin Chau para se entregar às autoridades e cooperar com a investigação.

Chau desenvolveu uma rede de pessoal no interior da China, para organizar visitas a salas de jogo no exterior e participar em atividades de jogo `online` transfronteiriças, de acordo com uma nota das autoridades chinesas.

O residente de Macau é acusado de estabelecer uma empresa de gestão de ativos na China continental para facilitar a troca de ativos por fichas de jogo, de forma a contornar o restrito controlo de saída de capitais no continente e facilitar a cobrança de dívidas contraídas pelos clientes.

A mesma fonte apurou que Chau criou uma plataforma `online` de jogos de azar nas Filipinas e em outros locais, em 2016, visando facilitar o jogo transfronteiriço.

A polícia de Wenzhou apurou ainda a utilização de canais ilegais, como bancos clandestinos, no fornecimento de serviços de liquidação de fundos para apostadores.

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