Diversidade humana aumenta com afastamento de África - estudo
Lisboa, 22 Fev (Lusa) - A diversidade genética humana diminui com o afastamento de África, segundo um estudo de investigadores norte-americanos divulgado na edição desta semana da revista Nature.
Outro estudo da mesma publicação científica mostra que os norte-americanos brancos são mais vulneráveis às mutações genéticas que os negros.
Investigadores da Universidade de Michigan e do National Institute of Aging (Instituto Nacional do Envelhecimento), dos Estados Unidos, constataram que as pessoas de ascendência africana têm maior diversidade genética do que as originárias do Médio Oriente, que por sua vez são mais diferentes umas das outras do que os europeus e os asiáticos.
A diversidade genética é ainda menor entre os ameríndios porque o homo sapiens demorou a conquistar o continente americano.
Os investigadores chegaram a esta conclusão depois de compararem 500.000 pares de bases de ADN (entre três mil milhões no total) de 485 pessoas repartidas por 29 locais em todo o mundo.
"Agora que temos tecnologia para observar milhares e mesmo centenas de milhar de marcadores genéticos, podemos reconstituir as relações entre populações e as antigas migrações com um nível de precisão sem precedentes", afirmou Noah Rosenberg, da Universidade de Michigan.
"A diversidade sofreu erosão com o processo das migrações", sublinhou.
Noutro estudo realizado pela Universidade de Cornell lê-se que a sequenciação de 10.000 genes de 15 americanos de ascendência africana e de 20 americanos de origem europeia mostrou que estes têm 15,8 por cento de probabilidades de estar expostos a variações genéticas potencialmente nocivas, contra 12,1 por cento para os de ascendência africana, sem que todavia isso permita prever consequências para o seu estado de saúde.
CM