Documentos secretos. Trump pede julgamento após presidenciais de 2024

Donald Trump pediu a um dos juízes do caso dos documentos confidenciais levados para a mansão de Mar-a-Lago que o julgamento fosse adiado por tempo indeterminado, dando uma data mínima para o pós-eleições presidenciais do próximo ano. Esta foi a resposta dos advogados do antigo presidente ao Departamento de Justiça que quer o julgamento em dezembro.

RTP /
Donald Trump quer concorrer às presidenciais de 2024 Reuters

A estratégia dos advogados do antigo presidente é clara: caso ganhe as eleições presidenciais de 2024, Donald Trump poderá ver todas as acusações a serem retiradas. Os documentos foram entregues num tribunal da Florida e pediram à juíza Aileen Cannon para não marcar uma data para o julgamento por não se saber quais os próximos desenvolvimentos do processo.

“O tribunal deve, respeitosamente, antes de estabelecer uma data para o julgamento, dar tempo para o desenvolvimento de uma maior transparência à natureza das moções que irão ser apresentadas”, pode ler-se nos documentos enviados pelos advogados.

Donald Trump foi acusado de retenção intencional de informação relacionada com a defesa nacional, documentos que incluem segredos norte-americanos sobre programas nucleares e planos dos Estados Unidos para retaliar em caso de ataque.
O julgamento vai estar sob as regras do Ato de Procedimentos de Informação Confidencial (Cipa, em inglês).

Este ato dá poder ao governo para fazer acusações relacionadas com documentos confidenciais e secretos para que a defesa não possa revelar segredos de Estado durante um julgamento. Um procedimento em que, quando todos os passos são seguidos, leva um período de tempo maior até que haja um julgamento.

Os advogados de Donald Trump argumentam que a quantidade de documentos descobertos, cujo processamento ainda não está terminado devido a todas as provas encontradas durante os mandados de busca, fazem com que não se saiba quando tempo pode demorar o processo até à concretização de um julgamento.

“De uma maneira mais prática, o volume de descobertas e a logística do Cipa mostram claramente que o pedido do governo em marcar uma data é irrealista”, explicaram os advogados do antigo presidente norte-americano.

De acordo com os mesmos, dezembro apresenta obstáculos porque será difícil escolher um júri, devido à eleição presidencial de 2024. Os advogados argumentam que Donald Trump é o principal candidato republicano às eleições e um julgamento só deve ser realizado após essa data.

Apesar do tempo que consome, o Ato de Procedimentos de Informação Confidencial permite a que um juíz marque uma data para julgamento logo no início do processo, o que pode vir a acontecer a 18 de julho.
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