Dois ataques a autocarros provocam cinco feridos no centro de Moçambique

por Lusa

Dois ataques a uma sequência de autocarros fez hoje cinco feridos na zona de Mutindiri, junto à N1, a principal estrada que liga o sul e o norte de Moçambique, disseram hoje à Lusa testemunhas e autoridades.

No primeiro ataque, um autocarro que se deslocava no sentido sul-norte foi alvejado por vários tiros, do lado do motorista, cerca das 08:00 (menos uma hora em Lisboa), pouco depois de passar a povoação de Mutindiri, tendo três pessoas ficado feridas de forma ligeira, incluindo o condutor.

Meia hora depois, um outro autocarro, que viajava no mesmo sentido, foi metralhado e atingido por várias balas na parte traseira, quando percorria o mesmo troço, no meio de outros dois autocarros, tendo duas pessoas sofrido ferimentos ligeiros.

"Eu estava a fazer uma curva e percebi que estava sendo atacado quando os passageiros ficaram agitados e a minha mão começou a sangrar", disse à Lusa um dos condutores, Enoque Matavel, eenquanto mostra a bala, que feriu o seu polegar e ficou alojada no painel de controlo de velocidade do autocarro.

"Não parei porque queria salvar os 37 passageiros" que seguiam abordo, acrescentou.

Os dois veículos e passageiros pernoitaram na povoação de Muxungué, de onde o transporte saiu às 07:00 e foram alvejados pouco depois de terem deixado o troço com escolta militar no distrito de Chibabava, na província de Sofala, perto da linha que a separa de Manica.

Os autocarros que foram hoje alvejados tinham saído de Maputo e tinham como destino Quelimane e Nampula.

Em declarações à Lusa, uma fonte do centro de saúde de Inchope confirmou a entrada e o tratamento de forma ambulatória de cinco pessoas por ferimentos de balas e estilhaços de vidro, que depois seguiram viagens.

O ataque surge na sequência de outros que já fizeram 21 mortos desde agosto em estradas e povoações das províncias de Manica e Sofala, por onde deambulam guerrilheiros dissidentes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), liderados por Mariano Nhongo.

O grupo tem ameaçado recorrer à violência armada para negociar melhores condições de reintegração social do que aquelas acordadas pelo seu partido com o Governo, mas, por outro lado, também se tem recusado a assumir a autoria dos ataques.

A zona do ataque tem sido palco de outras incursões naquele troço que liga o Norte ao Inchope, importante entroncamento com a EN6 (entre Beira e Zimbabué).

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