Dois funcionários da embaixada de Israel abatidos a tiro em Washington

por Joana Raposo Santos, Carlos Santos Neves - RTP
A polícia de Washington pediu à população que evite a área envolvente ao tiroteio Jonathan Ernst - Reuters

Dois funcionários da embaixada de Israel nos Estados Unidos, um homem e uma mulher, foram mortalmente baleados, na noite de quarta-feira, diante do Museu Judaico de Washington. Foi detido um homem armado que, segundo as autoridades, gritou "Palestina livre".

"Dois funcionários da Embaixada de Israel foram mortos sem sentido, esta noite, perto do Museu Judaico em Washington D.C", confirmou na rede social X a secretária norte-americana de Segurança Interna, Kristi Noem.

As vítimas, que além de colegas de trabalho eram um casal, foram baleadas quando estavam a sair de um evento no museu, situado a cerca de dois quilómetros da Casa Branca.

Segundo a chefe da Polícia Metropolitana de Washington, Pamela Smith, um homem disparou contra um grupo de quatro pessoas com uma arma de fogo, atingindo ambas as vítimas. Foi visto a passear no exterior do museu antes do tiroteio.Uma das vítimas ainda foi transportada em estado crítico para um hospital local, mas acabou por sucumbir aos ferimentos.

O único suspeito, identificado como Elias Rodriguez, de 30 anos, de Chicago, gritou "Palestina livre, Palestina livre" depois de ter sido detido, acrescentou Smith.

"Após o tiroteio, o suspeito entrou no museu e foi detido pela segurança do evento", explicou. "Uma vez algemado, o suspeito identificou o local onde descartou a arma, que foi recuperada, e deu a entender que cometeu o crime".

A polícia de Washington recomendou à população da capital federal dos Estados Unidos que evite a zona em redor do Museu Judaico, próximo das instalações do FBI.Trump e Netanyahu condenam ataque
"Estes horríveis assassínios em Washington, obviamente motivados pelo antissemitismo, têm de acabar agora", escreveu na rede social Truth Social o presidente dos Estados Unidos.

Donald Trump afirmou ainda que "o ódio e o radicalismo não têm lugar nos Estados Unidos".


O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, manifestou o seu pesar pelas famílias das vítimas, "cujas vidas foram ceifadas por um hediondo assassino antissemita".

"Estamos a testemunhar o preço terrível do antissemitismo e do incitamento selvagem contra o Estado de Israel. Os ataques contra Israel estão a crescer em sangue e devem ser combatidos até ao fim", vincou em comunicado.

Netanyahu disse ainda ter agradecido a Donald Trump pela sua "posição clara contra o antissemitismo - uma posição moral, corajosa e necessária".

Yechiel Leiter, embaixador de Israel nos EUA, adiantou aos jornalistas que o jovem assassinado "tinha comprado um anel esta semana com o objetivo de pedir a namorada (a outra vítima) em casamento na próxima semana, em Jerusalém".

Por sua vez, o embaixador de Israel nas Nações Unidas, Danny Danon, veio descrever os acontecimentos em Washington como um "ato perverso de terrorismo antissemita".

"Prejudicar a comunidade judaica é ultrapassar os limites. Estamos confiantes de que as autoridades norte-americanas irão reprimir os responsáveis por este ato criminoso. Israel continuará a atuar com determinação para proteger os seus cidadãos e representantes em todo o mundo", escreveu no X.


A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, deslocou-se ao local do tiroteio com Jeanine Ferris Pirro, procuradora-geral adjunta do Distrito de Columbia.

"Rezamos pelas vítimas desta violência enquanto trabalhamos para saber mais sobre o que aconteceu", reagiu Pam Bondi.

c/ agências

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