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Donald Trump apresenta-se no tribunal de Manhattan em Nova Iorque
O ex-presidente dos EUA chegou ao tribunal pelas 13h30 locais, um pouco antes da hora prevista para ser presente ao juiz, ser fotografado, lhe tirarem as impressões digitais e ser formalmente acusado no caso Stormy Daniels. Donald Trump deverá alegar inocência.
"Hoje é o dia em que um partido no poder PRENDE o seu principal oponente por ter cometido NENHUM CRIME" escreveu Donald Trump num e-mail de angariação de fundos enviado esta terça-feira de manhã.
O ex-presidente deixou a Trump Tower, onde passou as últimas horas, pelas 13h20 locais, para se dirigir a Manhattan. Foi fotografado erguendo o punho, num gesto desafiador.
Depois da audiência, que se prevê breve, Trump deverá regressar à Florida, onde dará uma conferência de imprensa pelas 18h15 locais. Também o procurador do Distrito de Manhattan que liderou a investigação do caso, o democrata Alvin Bragg, tem previsto um encontro com os jornalistas.
Sem saber quantos apoiantes e detratores de Trump irão comparecer nas ruas para protestar ou apoiar a acusação, a polícia de Nova Iorque mobilizou 35.000 agentes para a área em torno do Tribunal Thurgood Marshall, em Manhattan, onde foi montado um perímetro de segurança.
O mesmo recado foi transmitido pelo mayor de Nova Iorque, Eric Adams, que em conferência de imprensa avisou os eventuais perturbadores da ordem para "se comportarem".
"A nossa mensagem é simples e clara: controlem-se. A cidade de Nova Iorque é o nosso lar, não um recreio para a vossa ira inapropriada", afirmou.
A chegada de Trump ao tribunal decorreu sem incidentes.
Os advogados do ex-presidente apelaram ao juiz para não permitir a presença de fotógrafos em tribunal, de forma a evitar o agravamento da "atmosfera de circo" que foi criada, mas cinco foram autorizados a testemunhar o evento inicial, devendo depois retirar-se. Nem televisões nem dispositivos eletrónicos foram permitidos na sala.
Donald Trump, de 76 anos, é suspeito de ter pago 130.000 dólares a Daniels, uma atriz de filmes pornográficos com quem terá passado uma noite em Lake Tahoe, Nevada, em 2006, para ela não o caso expor à imprensa durante a campanha eleitoral presidencial de 2016.
O envolvimento foi extramarital, uma vez que Donald Trump estava já casado com Melania Trump, mas o que estará em causa será, não o suborno, mas a declaração deste como despesa de campanha.
Um grande júri decidiu a semana passada acusar criminalmente o ex-chefe de Estado, algo que sucede pela primeira vez na história dos Estados Unidos. A acusação específica ainda não foi divulgada mas Trump poderá ser acusado de dezenas de falsificações de registos de contas.
A principal testemunha de acusação é Michael Cohen, advogado de Donald Trump que pagou a Stormy Daniels. Cohen, que entretanto deixou de estar ao serviço de Trump, deu-se como culpado em 2018 de violações da lei de campanha e foi sentenciado a três anos de prisão.
Na semana passada Michael Cohen testemunhou na investigação de Manhattan.
Na altura dos factos, a morada oficial de Trump era Nova Iorque, pelo que é nesta cidade, atualmente liderada por um governador do Partido Democrata, que decorre o processo. O magnata mudou-se entretanto para a sua residência de Mar-a-lago, na Florida, de onde partiu no seu avião esta segunda-feira com destino a Nova Iorque, onde aterrou passado duas horas.
Trump, novamente candidato às presidenciais pelo Partido Republicano, lidera a corrida sobre os outros pretendentes com uma maioria confortável e afirma que o processo e a acusação não passam de perseguição política.
"Não podem comprar-me e não podem controlar-me e isso assusta-os imenso", afirmou num discurso aos apoiantes.
De acordo com uma sondagem Reuters/Ipsos divulgada esta segunda-feira, cerca de 48 por cento dos republicanos afirmam que querem ter Trump como seu candidato, acima dos 44 por cento na semana passada. O principal concorrente do ex-presidente, o governador de Florida Ron DeSantis, caiu dos 30 para os 19 por cento.