Doze mortos em nova onda de ataques russos na Ucrânia

Doze pessoas morreram em ataques russos à Ucrânia, na madrugada deste domingo. Foi a segunda noite consecutiva de bombardeamentos em massa, que atingiram Kiev e ainda outras cidades vizinhas da capital ucraniana. Já em Moscovo, os drones ucranianos forçaram o encerramento temporário dos aeroportos antes da troca final de prisioneiros prevista para as próximas horas.

Inês Moreira Santos - RTP /
Thomas Peter - Reuters

A Força Aérea da Ucrânia diz ter abatido 45 mísseis e 266 drones russos, de um total de 367 projéteis lançados pela Rússia contra "a maior parte das regiões da Ucrânia.

Através de mensagens no Telegram, os serviços de emergência ucranianos descreveram esta madrugada como uma "noite de terror na região de Kiev", indicando que o "ataque noturno massivo causou quatro mortos e 16 feridos, incluindo três crianças", na região. Este é considerado um dos maiores ataques, desde o início da guerra. As explosões provocaram incêndios em vários edifícios.

Numa outra zona a sul do país, um homem foi encontrado morto após um ataque de drone. Quatro pessoas morreram e cinco ficaram feridas na região de Khmelnytskyi (oeste). A mesma fonte referiu ainda que duas crianças de 8 e 12 anos, bem como um adolescente de 17 anos, morreram num bombardeamento russo na região de Jytomir (noroeste).

Os ataques estenderam-se ainda a outras zonas da Ucrânia, nomeadamente Odessa, Kharkiv, e Mykolaiv. Foi a segunda noite consecutiva de grandes ataques russos contra a Ucrânia, depois de cerca de 250 drones e 14 mísseis balísticos terem sido detetados na sexta-feira à noite pela Força Aérea ucraniana, a maior parte dos quais tendo como alvo a capital, Kiev.

Só em Kiev foram detetados, este domingo, mais de uma dúzia de drones russos, tendo a maior parte dom país sido colocada em alerta aéreo após o disparo de mísseis cruzeiro. Centenas de pessoas abrigaram-se em estações subterrâneas do metro da cidade. Os ataques acontecem no dia em que a capital celebra o feriado anual do Dia de Kiev.

Na região da capital, três pessoas morreram e 10 ficaram feridas, incluindo duas crianças, após um novo ataque russo esta manhã, utilizando drones e mísseis, disse o governador de Kiev, Mykola Kalashnyk.

"Infelizmente, três pessoas morreram em consequência de um ataque inimigo [no distrito de Buchanan]. Duas pessoas foram encontradas enquanto era apagado um incêndio no distrito de Obukhiv", disse Kalashnyk, no Telegram.

As defesas aéreas abateram cinco drones e 11 mísseis na região de Kryvyï, tendo também sido registados ataques nas regiões de Kherson (sul) e Ternopil (oeste). O vice-chefe da administração militar de Khmelnytskyi disse na plataforma de mensagens Telegram que a região do oeste da Ucrânia "foi alvo de ataques hostis por parte da Rússia" durante a madrugada.

"De acordo com os relatos iniciais, quatro pessoas foram infelizmente mortas
", anunciou Sergei Tyurin, dando também conta de cinco feridos, um dos quais com ferimentos graves.

Volodymyr Zelensky reagiu, às primeiras horas da manhã, repetindo que tem de ser feita mais pressão sobre a Rússia.

Numa publicação na rede social X, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, classificou-a como uma "evidência clara de que o aumento da pressão de sanções sobre Moscovo é necessário para acelerar o processo de paz".

Também na X, o secretário para os Negócios Estrangeiros do Reino Unido falou sobre "mais uma noite de terror para os civis ucranianos". "Estas não são ações de um país que procura a paz", disse David Lammy.

A embaixadora da União Europeia em Kiev descreveu o ataque como horrível. "Se alguém ainda duvida que a Rússia quer que a guerra continue - leia as notícias", escreveu Katarina Mathernová na rede social.

Segundo as autoridades russas, mais de uma dúzia de drones ucranianos sobrevoaram a capital russa, não havendo registo de vítimas, mas quatro aeroportos da cidade, incluindo o principal, foram temporariamente encerrados.


Estes ataques e movimentações entre Kiev e Moscovo ocorreram no último dia de uma troca de prisioneiros, o único resultado tangível das primeiras negociações diretas entre russos e ucranianos em Istambul, em meados de maio.

No sábado, 307 prisioneiros de guerra russos foram trocados pelo mesmo número de militares ucranianos, anunciaram Kiev e Moscovo. A primeira parte desta grande troca, no formato de 1.000 por 1.000, envolveu 270 soldados e 120 civis de cada campo na sexta-feira.

C/agências
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