"Somos uma instituição independente e não o secretariado dos Estados-membros", afirmou José Manuel Durão Barroso, durante a conferência de imprensa no final do Conselho Europeu.

A Comissão Europeia, que de acordo com os tratados deve representar o interesse geral europeu, "deve a sua credibilidade à sua independência e ao facto de não precisar da autorização dos Estados-membros para agir", acrescentou.

Silvio Berlusconi atacou em várias ocasiões a Comissão Europeia e os seus membros durante o Conselho Europeu de quinta e sexta-feira, acusando-a de ser em parte responsável da desconfiança dos cidadãos em relação às questões europeias.

"Pedi modificações no comportamento dos comissários mas não quis insistir na questão durante esta cimeira", reconheceu Berlusconi, na sua conferência de imprensa no final do Conselho Europeu.

"Quero que seja tomada uma decisão na próxima cimeira, a 15 de Outubro, e vai ser preciso prepará-la", disse.

Berlusconi acusou os comissários europeus de "criar dificuldades aos governos com as suas declarações".

"Sei muito bem que a Comissão Europeia é a guardiã dos tratados e nós não pensamos que o lançamento de um procedimento de infracção deve ser mantido em segredo", reconheceu o chefe do governo italiano.

"Mas algumas reflexões criam situações negativas. Dão argumentos à oposição", acrescentou.

Silvio Berlusconi e o seu executivo foram alertados pela Comissão Europeia devido aos riscos de derrapagem das contas públicas italianas, ao financiamento concedido à companhia aérea Alitalia - ameaçada de liquidação e suspeita de ser uma ajuda estatal ilegal - e à gestão do lixo no país.

Todas estas decisões foram tomadas no âmbito da legislação europeia e cabe à Comissão vigiar o seu cumprimento.

EJ.

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