"É nojento". Bandeira nazi surpreende Bernie Sanders durante discurso

O senador norte-americano Bernie Sanders desabafou no domingo que “nunca esperou [na sua] vida americana” ver uma bandeira nazi durante uma das suas manifestações públicas. Isto aconteceu dias depois de um homem ter ostentado a bandeira durante o discurso do candidato à nomeação presidencial democrata no Arizona.

RTP /
“Obviamente é indescritível. É nojento. Tenho de dizer, que nunca esperei na minha vida, como americano, ver uma suástica numa grande manifestação política. É horrível" Lucas Jackson - Reuters

“Obviamente é indescritível. É nojento. Tenho de dizer, que nunca esperei na minha vida, como americano, ver uma suástica numa grande manifestação política. É horrível", afirmou o senador norte-americano.

O indivíduo que tinha pendurado a bandeira com uma suástica foi imediatamente vaiado pela multidão. Os membros da plateia arrancaram a bandeira da mão do indivíduo, acabando por depois ter sido rapidamente levado pela segurança. O incidente, que provocou vários protestos, foi amplamente denunciado nos meios de comunicação, gerando pedidos de segurança.


“Podemos discutir sobre qual candidato deve receber a indicação democrárica, mas atos antissemitas não têm lugar neste mundo. Isso é absolutamente repugnante”, escreveu Steven Slugocki, presidente do Partido Democrata do Condado de Maricopa, no Arizona, no Twitter.


Sanders, após o acontecimento, referiu que o indivíduo estava atrás dele. “Eu estava a falar com a multidão e vi várias pessoas a assobiar e virei-me, não vi bem o que era. Apercebi-me do que se passava logo depois de sair do palco”, explicou o senador norte-americano.

Acrescentou que tinha a ideia de que “havia uma suástica, um símbolo de tudo o que o país se opõe. Perdeu-se 400 mil pessoas a lutar contra esse símbolo, combatendo o nazismo. Seis milhões de judeus foram mortos. A guerra mais devastadora da história da humanidade”.

Caso Sanders seja eleito, será o primeiro presidente judeu da América. A sua família da Polónia foi morta no Holocausto durante a II Guerra Mundial. Isso foi algo que o ex-vice-presidente Joe Biden, também candidato democrata à Presidência, mencionou no Twitter, condenando o ato como “nojento e fora do comum”.

O Comité Judaico Americano escreveu no Twitter que “as bandeiras nazis são símbolos de puro ódio e não têm lugar em nenhum lugar da América, muito menos numa manifestação por um candidato judaico à presidência.
“Agradecemos que os responsáveis tenham sido removidos imediatamente”, finalizou.

Incidentes contra judeus em níveis quase históricos

De acordo com a Liga Antidifamação, uma organização judaica, o assalto, o assédio e o vandalismo contra judeus permanecem em níveis quase históricos.

A auditoria mais recente, em 2018, de incidentes antissemitas mostrou que aquela era o terceiro ano mais com maior incidência de atos violentos já registado desde que a organização começou a investigar, em 1979.

O relatório verificou um total de 1879 atos contra judeus e instituições judaicas em todo o país, incluindo o tiroteio em massa na sinagoga da Árvore da Vida em Pittsburgh. Este foi considerado o ataque mais mortal à comunidade judaica na história dos Estados Unidos.
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