Eleição de Lula da Silva salvou democracia brasileira, afirma vice-presidente

O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, considerou hoje em Lisboa que a eleição do Presidente Lula da Silva "salvou a democracia brasileira".

Lusa /

"Tivemos um momento triste em 08 de janeiro, mas no qual o processo democrático ainda se fortaleceu ainda mais. E eu não tenho dúvida de dizer que a eleição do Presidente Lula salvou a democracia brasileira", afirmou Alckmin, na cerimónia de encerramento do XI Fórum Jurídico de Lisboa.

O vice-presidente brasileiro referia-se aos acontecimentos de 08 de janeiro, quando milhares de manifestantes de extrema-direita, apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, tentaram reverter a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva, na segunda volta das presidenciais de 30 de outubro de 2022, e invadiram o Palácio Presidencial e os edifícios do Congresso e do Supremo Tribunal, numa tentativa de forçar um golpe de Estado.

"Este é um facto relevante", vincou Alckmin.

Referindo-se ao tema do fórum, sobre a governança digital, Geraldo Alckmin salientou os "desafios do mundo digital" e destacou a importância de "poder e dever permitir a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, mas ao mesmo tempo evitar `fake news`, desinformação, injúria e estabelecer as regras para esse novo momento que o mundo vai viver".

"A democracia brasileira se consolida. O Presidente Lula estabeleceu durante o seu programa de governo um desenvolvimento inclusivo. Um desenvolvimento com estabilidade e um desenvolvimento com sustentabilidade", frisou.

O vice-presidente reconheceu que no Brasil ainda existem "perto de 30 milhões de pessoas em privação alimentar" e que implica um "grande programa de natureza social, de inclusão, com valorização do salário mínimo, bolsa família, incluindo as crianças menores, `Minha Casa Minha Vida, consolidação do sistema único de saúde".

Geraldo Alckmin, que detém no governo brasileiro a pasta do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, referia-se aos programas e projetos sociais que o Governo de Lula da Silva pretende pôr em prática.

Referindo-se à reforma tributária que Lula da Silva deseja ver executada, Alckmin disse ser "uma reforma estruturante", que simplifica o modelo tributário, que se traduz na "desoneração completa de investimentos, um estímulo às exportações, ao comércio exterior".

"Enfim, estamos com inflação de menos de 4%, então o desenvolvimento com estabilidade, com previsibilidade, fazendo reformas estruturantes que elevam a competitividade, eficiência económica e atração de investimento e um desenvolvimento com sustentabilidade", apontou.

Trata-se, segundo Geraldo Alckmin, do "grande desafio" do Brasil.

"Crescer, mas preservando o meio ambiente, combatendo as mudanças climáticas. O Brasil tem a maior floresta tropical do mundo, que é a floresta amazónica, e a meta é desmatamento ilegal zero. Todo o compromisso com a sustentabilidade, descarbonização, neo industrialização", explicou.

Geraldo Alckmin salientou ainda que participou em Lisboa numa reunião, que classificou como "muito boa" e "muito proveitosa", com empresários dos setores da defesa, energia renovável, saúde, aeronáutica, portos, aeroportos e infraestrutura, turismo, petroquímica.

"O Brasil tem tudo para fortalecermos os nossos laços", vincou.

Geraldo Alckmin destacou também a identidade cultural comum entre Portugal e Brasil, designadamente a pertença "à pátria comum da língua portuguesa".

"E, portanto, temos tudo para poder fortalecer ainda mais esse trabalho", acrescentou.

Na parte final da sua intervenção, Geraldo Alckmin abordou o acordo Mercosul-União Europeia.

"Tenho certeza de que Portugal e o Brasil vão trabalhar juntos para que a gente possa avançar num acordo equilibrado, benéfico tanto para União Europeia quanto para o Mercosul e que terá na geopolítica mundial um grande sinal de que é possível avançar, é possível estabelecer novos mercados e não há ninguém mais próximo culturalmente da Europa do que a América Latina", concluiu.

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