Elétrica cabo-verdiana recebe aval de 5,4 milhões de euros para fazer face a apagões
O Governo cabo-verdiano anunciou um aval à Empresa de Produção de Eletricidade (EPEC) para contrair um empréstimo de 600 milhões de escudos para investimentos e manutenção, após um mês de apagões, sem solução à vista.
"A empresa pretende realizar investimentos na manutenção das centrais elétricas e reforçar a sua tesouraria", justifica-se numa resolução publicada na quinta-feira no Boletim Oficial da República e que entra hoje em vigor.
"A EPEC recorreu a um financiamento bancário para suportar as despesas de investimentos e reforço da sua tesouraria, no montante de 600 milhões de escudos (5,4 milhões de euros], a contratar junto da Banco Caboverdiano de Negócios (BCN) mediante a emissão do aval do Estado como garantia da respetiva operação", lê-se no documento.
O prazo global da operação é de 88 meses, que inclui um período máximo de desembolso de quatro meses e um período de amortização de 84 meses, de acordo com o plano financeiro aprovado pelo banco credor.
O ministro da Energia, Alexandre Monteiro, pediu desculpas, em conferência de imprensa, há uma semana, pela crise de energia que afeta a capital de Cabo Verde e toda a ilha de Santiago, devido a avarias sem solução, desde 01 de setembro.
Sem se comprometer com prazos para resolver o problema, o governante anunciou o lançamento de uma investigação para perceber como se chegou à atual situação de rutura.
Em comunicado divulgado nas redes sociais, o grupo de empresas públicas de eletricidade referiu que vai continuar a haver cortes e remeteu a resolução para a chegada ao país de geradores alugados, mas sem avançar datas.
Marcos Rodrigues, presidente da Câmara de Comércio do Sotavento (CCS), principal agremiação empresarial de Cabo Verde, disse à Lusa que a falta de energia na capital, Praia, desde o início do mês, está a afetar "brutalmente a economia", defendendo uma resolução urgente.