Embaixada em Pequim inaugurada terça-feira por MNE Ramos Horta

por Agência LUSA

Timor-Leste inaugura terça-feira em Pequim a sua oitava embaixada no exterior, durante a visita oficial que o chefe da sua diplomacia, José Ramos Horta, inicia segunda-feira à República Popular da China, disse hoje o ministro timorense à Lusa.

Timor-Leste será representado por Leonor Mota, na qualidade de encarregada de negócios, até à nomeação de um embaixador.

A visita de Ramos Horta a Pequim, com a duração de três dias, é feita a convite do seu homólogo chinês, Li Zhaoxing.

"A abertura da embaixada de Pequim podia já ter sido feita há dois anos, mas, por razões de ordem financeira e humana, não nos foi possível", esclareceu Ramos Horta.

"Sempre tivemos relações fraternas e, particularmente, este executivo, que é um governo do partido maioritário FRETILIN, sempre teve relações fraternas com a República Popular da China", salientou.

O ministro timorense disse ainda que os dirigentes de Timor- Leste não esquecem o papel que a China desempenhou em 1975, quando a Indonésia invadiu a auto-proclamada República Democrática de Timor- Leste, iniciando um período de ocupação que se prolongou por 24 anos.

"Não esquecemos - disse - que, em 1975, aquando da invasão de Timor-Leste pela indonésia, a China foi a nossa defensora mais firme nos debates no Conselho de Segurança das Nações Unidas".

Com o fim da ocupação indonésia, em 1999, a China, quer a nível das Nações Unidas quer no plano bilateral, "tem sempre procurado dar todo o apoio a Timor-Leste".

A China era em Maio passado, aquando da divulgação da lista de maiores doadores de Timor-Leste, o 16º maior parceiro de desenvolvimento, e o segundo no continente asiático, atrás do Japão, com 20,2 milhões de dólares.

Quanto à assistência militar, e ainda de acordo com a relação de contribuintes para o desenvolvimento das forças de defesa de Timor- Leste, igualmente divulgada em Maio passado, a China era o quinto maior parceiro, com um programa avaliado em 241 mil dólares.

No plano das relações económicas e comerciais, a empresa chinesa PetroChina já concluiu o levantamento geológico dos recursos energéticos, petróleo e gás, de Timor-Leste, estando previsto terminar em Março de 2005 o controlo sismológico das áreas "onshore" e offshore" que serão sujeitas a concurso internacional para exploração petrolífera.

A Lusa apurou ainda que Timor-Leste se prepara para abrir ainda no primeiro trimestre de 2005 a sua nona representação diplomática no exterior, desta feita em Tóquio.

à semelhança do que já sucede nas representações diplomáticas que mantém nas Nações Unidas e em Bruxelas, a embaixada de Tóquio será criada com o apoio de Portugal, que disponibilizou espaço adequado para esse efeito.

Posteriormente, ainda no decorrer de 2005, será criada a 10ª embaixada, em Banguecoque.

As outras embaixadas que Timor-Leste mantém abertas no exterior são as de Lisboa, Camberra, Jacarta, Washington, Nações Unidas, Kuala Lumpur e Bruxelas.

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