Embaixador israelita na ONU coloca estrela amarela ao peito
O embaixador israelita na ONU, Gilad Erdan, pôs na segunda-feira uma estrela amarela no peito, durante uma reunião do Conselho de Segurança, garantindo que a usaria com orgulho se o conselho não condenar o Hamas.
"Alguns de vocês não aprenderam nada nos últimos 80 anos. Alguns de vocês esqueceram por que esta organização foi criada", disse o embaixador, denunciando o silêncio do Conselho de Segurança sobre os ataques sem precedentes do movimento islamita em Israel, em 07 de outubro.
O Conselho de Segurança -- que continua profundamente dividido sobre a situação no Médio Oriente - não adotou qualquer resolução sobre a guerra entre Israel e o Hamas.
"De hoje em diante, cada vez que olharem para mim, vão lembrar-se do que significa permanecer em silêncio perante o mal", disse o embaixador israelita.
"Tal como os meus avós, e os avós de milhões de judeus, a partir de hoje, a minha equipa e eu usaremos estrelas amarelas", acrescentou Erdan, levantando-se para pendurar uma estrela amarela, numa referência ao símbolo cujo uso foi imposto aos judeus pelo regime nazi da Alemanha, na primeira metade do século XX.
"Usaremos esta estrela até que acordem e condenem as atrocidades do Hamas", prometeu o embaixador.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, classificou os ataques de 07 de outubro como "o pior crime cometido contra os judeus desde o Holocausto".
Durante duas semanas, o Conselho de Segurança da ONU expôs as suas profundas divisões sobre esta guerra e os seus impactos, rejeitando quatro projetos de resolução.
Algumas propostas foram rejeitadas pelos Estados Unidos, aliados de Israel, porque não mencionavam o direito de Israel se defender; outras, apresentadas pelos EUA foram rejeitadas pela Rússia e pela China, porque não apelavam claramente a um cessar-fogo.
Na sexta-feira, perante este impasse no Conselho de Segurança, a Assembleia Geral da ONU assumiu a responsabilidade no processo, ao adotar por ampla maioria uma resolução não vinculativa solicitando uma "trégua humanitária imediata", mas sem mencionar o Hamas.
Nessa altura, o embaixador israelita classificou a proposta como uma infâmia.