Emirados Árabes Unidos proíbem voos de drones após ataque houthi

por RTP
Reuters

Os Emirados Árabes Unidos anunciaram esta terça-feira que os voos recreativos de drones no país foram banidos devido aos ataques dos rebeldes houthis na última semana. De acordo com a agência noticiosa WAM, o ministro do Interior proibiu a utilização de drones por parte de entusiastas numa altura em que se aproxima da realização do Mundial de Clubes em Abu Dhabi, no princípio de fevereiro.

“Alguém que pratique esta atividade e ignore as medidas em vigor será sujeito a processos legais”, revelou o governo de Abu Dhabi. A proibição foi implementada com efeitos imediatos e vai perdurar durante o próximo mês. No entanto, empresas que com contratos ou projetos comerciais que necessitem de utilizar drones podem abordar as autoridades para uma “excepção necessária”.

Apesar de os ataques dos rebeldes houthis não terem sido mencionados quando foi imposta a proibição, foi revelado que esta decisão se deve à intrusão de drones em áreas restritas onde a utilização destes aparelhos é proibida.

A operação houthi, denominada de Hurricane Yemen, envolveu drones, mísseis cruzeiro e um míssil balístico, numa resposta contra a “escalada de agressão” da coligação militar entre Abu Dhabi e a Arábia Saudita. Os alvos eram infraestruturas petrolíferas e o aeroporto de Abu Dhabi. Três pessoas morreram e outras seis ficaram feridas.

Em resposta, a coligação saudita fez vários ataques na capital do Iémen, Sanaa, especialmente a norte de Saada, dominado pelos houthis, em que um bombardeamento numa prisão fez mais de 80 mortos e 200 feridos.

Na última segunda-feira, os Emirados Árabes Unidos anunciaram ter acontecido novo ataque com dois mísseis balísticos. Nesse ataque, denominado de Hurricane Yemen 2, os houthis atacaram a base aérea de Al-Dhafra, em Abu Dhabi, local onde estão estacionadas forças americanas.

Numa entrevista televisiva, o porta-voz dos rebeldes houthis, Mohammed Abdulsalam, anunciou que serão mantidos os ataques contra infraestruturas económicas de Abu Dhabi se os Emirados não puserem termo à “interferência flagrante” no Iémen. “Designar os houthis como uma organização terrorista não tem qualquer validade e não vai afetar o curso da batalha”, verberou Abdulsalam.
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