Encontro da Federação para as Crianças Desaparecidas

Representantes dos 19 países europeus que constituem a Federação Europeia para as Crianças Desaparecidas e Exploradas Sexualmente, onde Portugal está também representado, reúnem-se hoje em Paris para encontrar soluções e políticas internacionais de combate ao problema.

Agência LUSA /

Este encontro, que decorre no Palácio do Eliseu, surge a propósito da R eunião Anual do Comité Honorário do ICMEC (Centro Internacional para as Crianças Desaparecidas e Exploradas Sexualmente), do qual fazem parte figuras como as ra inhas da Bélgica e da Suécia, Laura Bush (EUA), Suzanne Muoubarak (Egipto), Jola nta Kwasniewska (Polónia), Bernadette Chirac (França) e Margarida Sousa Uva, mul her do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

Em declarações à agência Lusa, Margarida Sousa Uva disse esperar que o apoio de tantas primeiras damas possa dar mais visibilidade a este problema, sen sibilizando a sociedade em geral.

"Talvez existam no mundo poucas situações de sofrimento com a intensida de desta, tanto para as crianças como para as famílias", disse a mulher do presi dente da Comissão Europeia que este ano foi admitida como membro do Comité Honor ário.

Na reunião estarão também presentes as altas patentes das várias forças policiais nacionais e internacionais (Europol, Interpol), visando promover a pr ocura de soluções e políticas internacionais para combater o desaparecimento e e xploração de crianças.

à semelhança do que aconteceu em Novembro de 2004, em Bruxelas, no Palá cio Real numa iniciativa da Rainha Belga, a presidente do Instituto de Apoio à C riança, Manuela Ramalho Eanes, integrará o grupo de trabalho, fazendo-se acompan har da técnica Alexandra Simões, coordenadora da Linha SOS Criança Desaparecida.

O IAC representa Portugal na Federação Europeia para as Crianças Desapa recidas e Exploradas Sexualmente.

O flagelo do desaparecimento de crianças e da exploração sexual tem vin do a despertar consciências na Europa e no mundo.

Em Julho, Bruxelas lançou uma estratégia europeia na qual se insere a c riação de um número de telefone europeu de apoio às crianças em perigo.

Justiça, emprego, cooperação ao desenvolvimento, negociações comerciais , educação e saúde são algumas das áreas de política interna e externa europeias envolvidas nesta nova estratégia.

A atribuição de um número de telefone único na União Europeia para a li nha de ajuda às crianças e outra dedicada aos menores explorados sexualmente ou desaparecidos é uma das medidas preconizadas que ganhou corpo em Dezembro.

Os países membros da UE aprovaram a 20 de Dezembro a criação de um núme ro telefónico directo, comum e gratuito, - o 116000 - para a comunicação de caso s de crianças desaparecidas em toda a Europa.

A iniciativa pretende ajudar os pais que perdem os filhos durante as fé rias, ou quando viajam para um outro pais europeu.

Existem actualmente linhas telefónicas especiais para casos de crianças desaparecidas, mas cada país da UE dispõe de um número diferente.

Em Portugal esta linha está sedeada no Instituto de Apoio à Criança (IA C) e foi criada em 2004 através de uma conjugação com o Ministério de Administra ção Interna e a Portugal Telecom.

O encontro de hoje, que conta também com a participação do vice-preside nte da comissão europeia, da comissária europeia das Telecomunicações e do prémi o Nobel da Paz, Elie Wiesel, deverá terminar com um documento ao qual a organiza ção chama de apelo de Paris.


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