Encontro mundial de rádios feitas por doentes mentais

por © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Profissionais e utentes de instituições de saúde mental inauguram hoje em Buenos Aires o primeiro encontro mundial de emissoras de rádio feitas por doentes mentais, das quais algumas das pioneiras mundiais são argentinas.

A razão de ser deste encontro é, segundo os organizadores, utilizar a rádio como instrumento para combater a estigmatização da loucura.

O I Encontro Mundial de Rádios "Colifatas" (termo que em calão de Buenos Aires significa "louco" ou "lunático"), pretende comparar êxitos e experiências na Argentina, Brasil, Chile, Espanha, Itália, França e Suécia.

"É um encontro de muita responsabilidade, já que reunimos profissionais e utentes de instituições de saúde mental de modo a atingir a recuperação clínica e a ajuda social que este tipo de rádio pressupõe", declarou o psicólogo Alfredo Olivera, director da radio "La Califata", a primeira do mundo a ser feita por pessoas internadas num hospital psiquiátrico.

Graças a estas rádios "os utilizadores voltam a ser protagonistas das suas palavras, contactam com uma sociedade da qual estavam afastados e trabalham tanto contra o estigma social da loucura como a favor da sua melhoria clínica", realçou o mesmo responsável.

"Lutamos contra a exclusão, contra o ostracismo social do doente mental e parece que estamos a começar a mudar a percepção que as pessoas têm de nós", reforça Raúl Velazco, utilizador da rádio Nicosia, sediada em Barcelona.

O I Encontro Mundial de Rádios "Colifatas" desenrola-se até 02 de Junho, incluindo ocasiões em que os profissionais de saúde mental trocam experiências e emissões de rádio feita por pacientes em directo.

Os organizadores destacam também as emissões em que se discutirá o olhar da sociedade sobre a loucura.


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