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Entrevista a Piotr Naimski. "O que estamos a testemunhar na Ucrânia é uma limpeza étnica"

por António Mateus - RTP
“Os russos estão a matar civis, estão a alvejar civis, apenas para aterrorizar a população” RTP

A Polónia está disposta a suportar os custos do embargo imediato ao crude e ao gás russos e acusa Moscovo de estar a cometer crimes contra a humanidade na vizinha Ucrânia. Destaques de uma entrevista exclusiva do ministro polaco das Infraestruturas Estratégicas de Energia aos enviados da RTP a Varsóvia, António Mateus e Rodrigo Lobo.

“Os russos estão a matar civis, estão a alvejar civis, apenas para aterrorizar a população. O que estamos a testemunhar nos territórios ocupados na Ucrânia é uma limpeza étnica”, acusou Piotr Naimski.

“É uma limpeza étnica porque ou matam ucranianos ou levam-nos a fugir para ocidente e o que resta é um território esvaziado que pode ser ocupado por russos e povoado depois por gente vinda do interior da Rússia, não querendo mais naqueles territórios o factor ucraniano”, sustentou à RTP o antigo reitor da Faculdade de Ciências Políticas de Nowy Sącz, a primeira da Polónia com grau académico reconhecido nos Estados Unidos.
António Mateus, Rodrigo Lobo - RTP

Naimski, que tem sido um dos governantes da União Europeia mais vocais na aplicação de sanções imediatas ao gás e crude russos, como instrumento de penalização de Moscovo pela invasão da Ucrânia, assegurou que o seu país está disposto a pagar a fatura que se revele necessária nesse sentido.

Mas assume que a divisão entre os Estados-membros da União nesta matéria “demonstra quão grave é o problema. Demonstra quão dependentes os países europeus estão dos abastecimentos russos, o quão estão ligados à economia russa e o quão perigoso é – não é, poderá ser – mas é na realidade de hoje. E é por isso que é tão difícil obter solidariedade e decisões comuns sobre as sanções à Rússia”.
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