Envenenamento premeditado de Iuchtchenko com dioxinas oficialmente confirmado
Análises oficiais confirmaram formalmente o envenenamento premeditado com dioxinas do Presidente ucraniano, Viktor Iuchtchenko, que continua desfigurado quase dois anos depois da sua misteriosa doença, anunciou hoje o ministério público ucraniano.
As análises, realizadas por especialistas ucranianos, norte- americanos, alemães e japoneses, "permitem pensar que Viktor Iuchtchenko foi envenenado de forma premeditada", sublinhou o ministério público em comunicado, não fornecendo, contudo, qualquer pormenor sobre "a hora, o local e o meio do envenenamento", invocando o segredo de inquérito.
No rosto de Iuchtchenko, antigo líder da oposição que subiu ao poder após a Revolução Laranja, no final de 2004, permanecem as marcas da misteriosa doença que o atingiu a 06 de Setembro de 2004, na altura em que se encontrava em campanha para as eleições presidenciais.
A tese de envenenamento num jantar, a 05 de Setembro, com responsáveis dos serviços de segurança ucranianos (SBU), foi rejeitada pelas autoridades, mas o inquérito foi reaberto depois de revelações feitas pelos médicos austríacos que trataram Iuchtchenko, que indicavam um envenenamento com dioxinas.
Após a sua tomada de posse como Presidente, em Janeiro de 2005, o inquérito não tinha ainda avançado muito, levando a Presidência a responsabilizar o procurador-geral, Sviatoslav Piskun, que acabou por ser demitido do cargo em Outubro e se juntou depois à oposição.
Uma anterior peritagem oficial realizada no final de 2005 em laboratórios alemães, belgas, britânicos e holandeses confirmara a forte presença de dioxinas no organismo de Iuchtchenko.