Equador apreendeu 4,6 toneladas de droga em alto mar com apoio dos EUA
O Equador anunciou uma operação, coordenada com a Guarda Costeira dos Estados Unidos, que resultou na detenção, em alto mar, de sete equatorianos e na apreensão de 4,6 toneladas de droga.
Num comunicado divulgado na sexta-feira, o Ministério da Defesa equatoriano disse que a droga, avaliada em mais de 100 milhões de dólares (86 milhões de euros) no mercado norte-americano, era aparentemente destinada à América do Norte.
Nas próximas horas, os detidos e as provas serão entregues pelo navio da Guarda Costeira dos EUA, Escanaba, ao navio da Guarda Costeira da Marinha equatoriana, Isla Darwin, sob cadeia de custódia, para serem processados.
A operação foi realizada no âmbito da coordenação direta entre os Centros de Operações da Guarda Costeira dos dois países.
Rodeado pela Colômbia e pelo Peru, os dois maiores produtores mundiais de cocaína, com vários portos ao longo da sua costa e uma economia baseada no dólar norte-americano, o Equador tornou-se um importante ponto de trânsito para o tráfico de cocaína nos últimos anos, principalmente para a Europa e a América do Norte.
Desde 2024 que o Equador vive um "conflito armado interno", declarado pelo Presidente Daniel Noboa para combater os grupos de crime organizado, sobretudo envolvidos no tráfico de droga, que classificou como terroristas.
Estas organizações criminosas são responsáveis pela escalada de violência que levou o Equador a registar a maior taxa de homicídios da América Latina em 2023, enquanto 2025 começou como o ano mais violento de que há registo, com uma média de aproximadamente um homicídio por hora.
Com 4.619 homicídios entre janeiro e junho, o Equador registou o semestre mais violento de sempre, segundo dados do Ministério do Interior, uma tendência que pode levar o país a terminar o ano com mais de 50 homicídios por cada 100 mil habitantes.
Desde setembro que o exército dos Estados Unidos tem vindo a realizar pelo menos 22 ataques aéreos contra embarcações, principalmente no mar das Caraíbas, que já mataram 87 pessoas, sem apresentar qualquer prova da sua ligação ao tráfico de droga.
Os Estados Unidos realizaram na quinta-feira mais um ataque aéreo no Pacífico contra uma embarcação alegadamente utilizada por traficantes de droga, matando quatro pessoas, anunciou o Exército norte-americano.
A Administração do Presidente Donald Trump e o secretário da Defesa, Pete Hegseth, estão a enfrentar críticas devido a uma operação, em 02 de setembro, em que 11 pessoas morreram.
Na semana passada, o jornal Washington Post revelou que dois sobreviventes do primeiro ataque, que se agarravam à embarcação em chamas, foram mortos num segundo ataque, autorizado por Hegseth.
Esta semana, a família de um pescador da Colômbia denunciou uma possível "execução extrajudicial" perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos durante outro ataque, no oceano Pacífico, em setembro.