Guillermo Lasso anunciou no último domingo um corte no preço dos combustíveis muito superior ao pedido pelo grupo de indígenas que há duas semanas bloqueia Quito, a capital do Equador. Os protestos têm paralisado o país e já levaram à morte de cinco pessoas. Muitos manifestantes já tentaram forçar a entrada na Assembleia Nacional, em Quito.
A decisão do presidente do Equador leva à queda do preço do diesel para os 1,80 dólares, enquanto a gasolina ficará a 2,45 dólares. Uma queda de preços muito superior à pedida pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) e que lidera as manifestações que têm paralisado a capital Quito.
A nova ordem de preços acontece depois de no último ano o preço do diesel ter aumentado em 90 por cento e o da gasolina ter aumentado em 46 por cento.
“Os equatorianos que querem o diálogo vão encontrar um governo de mão estendida. Aqueles que buscam o caos, a violência, o terrorismo encontrarão a força da lei”, explicou Guillermo Lasso, depois de um debate parlamentar sobre a sua demissão.
Os protestos no Equador tiveram início a 13 de junho. Desde essa data que os confrontos entre manifestantes e autoridades levaram à morte de cinco pessoas e muitas outras a ficarem feridas. Quito encontra-se paralisada, com muitas autoestradas e estradas de acesso à capital cortadas.
Nas últimas quinta e sexta-feira, os manifestantes tentaram forçar a entrada na Assembleia Nacional, tendo deparado com a força policial. Em 24 províncias de todo o país, 19 delas impuseram bloqueios. Quito relata uma subida de preços, com muito comércio fechado.
Para além dos problemas na capital, a produção de petróleo no Equador encontra-se em níveis críticos e terminará nas próximas horas caso manifestações e bloqueios continuarem - informação avançada pelo Ministério da Energia no último domingo, relatando que a produção já está a 50 por cento.
Segundo o Ministério, “vandalismo, ocupação de poços e encerramento de estradas impediram o transporte de combustível necessário para manter operações”. O petróleo é o principal produto de exportação do Equador.