Erdogan reeleito. Da festa em Istambul aos receios de extremismo

por Antena 1

Necati Savas - EPA

Recep Tayyip Erdogan voltou a ser o escolhido para continuar na Presidência turca. Apela agora à união e o candidato derrotado não esconde a desilusão, avisando para dias difíceis.

Erdogan foi reeleito com 52 por cento dos votos, contra os 48 por cento de Kamal Kiliçdaroglu.

Em Istambul, a festa dos apoiantes do presidente reeleito saiu à rua, como testemunhou o enviado especial da Antena 1, Luís Peixoto.

Após a confirmação dos resultados, foram muitas as felicitações dos vários líderes mundiais, entre os quais Marcelo Rebelo de Sousa, que felicitou Erdogan pela vitória.

O presidente português lembra em nota escrita na página de Belém na internet, a relação da Turquia com a NATO.

Vladimir Putin, Alexander Lukashenko e Volodymyr Zelensky também felicitaram o presidente turco.

Mas destas eleições sai um país mais dividido, assinala o correspondente da Antena 1 na Turquia, José Pedro Tavares.
Há quem aponte nesta reeleição dificuldades, como por exemplo a socióloga Deniz Altuntas, professora da universidade Kadir, em Istambul, referindo que estas eleições trouxeram um aumento da xenofobia na Turquia.

A socióloga demonstra que os discursos extremados por parte dos dois candidatos, Erdogan e Kiliçdaroglu, particularmente contra os sírios, veio agravar ainda mais o problema da xenofobia. E os próximos anos vão ser difíceis para as mulheres.
Deniz Altuntas considera também que a coligação de Erdogan, que trouxe pela primeira vez um partido extremista islâmico para o Parlamento, o Hudapar, vai significar um retrocesso para os direitos das mulheres na Turquia.
A socióloga lembra que só no ano passado mais de 500 mulheres foram mortas por violência doméstica.
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