Espanha. Salário mínimo aumenta para os 1.080 euros

por RTP
Pedro Sánchez e o seu governo anunciaram aumento do salário mínimo para lá dos 1000 euros Reuters

O governo espanhol chegou esta terça-feira a acordo com sindicatos para o aumento do salário mínimo em oito por cento, aumentando-o para os 1.080 euros. Esta decisão do executivo de Pedro Sánchez surge após uma enorme perda de compra e em ano de eleições.

O novo acordo irá beneficiar pelo menos dois milhões de trabalhadores e foi alcançado após reuniões realizadas esta terça-feira entre o ministério espanhol do Trabalho e os sindicatos. Assim, o executivo espanhol aproxima-se do compromisso em subir o salário mínimo para cerca de 60 por cento do salário médio em Espanha.

Yolanda Díaz, ministra do Trabalho, tem feito pressão para que a valorização do salário mínimo acompanhe a perda do poder de compra em Espanha, que no ano passado atingiu o seu maior valor desde os anos 80.

Para combater o aumento da inflação, o governo de Pedro Sánchez anunciou também o aumento das pensões em 8,5 por cento, tal como o aumento do salário dos trabalhadores da função pública, em 2,5 por cento. Esta é uma decisão que chega em ano de eleições espanholas. Para além de beneficiar os mais idosos, o governo tenta equilibrar a situação que afeta aqueles com atividades laborais mais precárias.

A nova medida já foi aprovada pelo Palácio da Moncloa, residência oficial do primeiro-ministro, num dia em que Pedro Sánchez se prepara para debater com o principal opositor no Senado, Alberto Nuñez-Feijoó.

Apesar da decisão do governo espanhol, o presidente da confederação dos patrões deixou críticas a Pedro Sánchez e ao seu executivo por ter ignorado o problema do setor agrário e dos vínculos públicos que foram afetados pela inflação.

“Se não vai falar desses problemas então que nos digam o valor e já está”, disse Antonio Garamendi. Os patrões não estiveram presentes nas negociações entre governo e sindicatos, afirmando que mantêm a proposta inicial de aumentos cifrados nos quatro por cento, num regime com deduções aplicáveis no setor da agricultura e uma modificação na lei dos contratos no setor público para que o aumento do salário mínimo se faça sentir nestes vínculos.

O secretário de Estado do Emprego e Economia Social, Joaquín Pérez Rey, lamentou a ausência da confederação patronal, lembrando que uma decisão que afeta tantos milhões de pessoas não pode ter a ausência dos patrões. “É uma irresponsabilidade”, acrescentou Pérez Rey que pediu um regresso à mesa de negociações.

Assim, o salário mínimo em Espanha vai subir para os 1.080 euros, pagos em 14 prestações.
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