Espanha. Sánchez pede auditoria às contas do partido mas descarta eleições antecipadas

por RTP
Foto: Ana Beltran - Reuters

O presidente do Governo espanhol reagiu esta quinta-feira à mais recente polémica que implica um alto dirigente do PSOE. Pedro Sánchez pediu desculpa ao povo espanhol e anunciou uma auditoria externa às contas do partido, assim como uma reestruturação do comité executivo. No entanto, considerou que não há uma crise no Governo e afastou o cenário de eleições legislativas antecipadas.

Nos últimos meses, têm sido revelados vários casos de alegado tráfico de influências e corrupção a envolverem um antigo ministro dos transportes de Pedro Sánchez, José Luis Ábalos.

Esta quinta-feira ficou a saber-se que Santos Cerdán, o número 'três' do PSOE, também está envolvido neste caso. Segundo o relatório de investigação policial, o secretário de Organização do partido negociou commissões de pelo menos 520 mil euros, pagas por empresas de construção, na adjudicação de obras públicas.

Santos Cérdan garantiu que está inocente, mas já anunciou que vai deixar o cargo de secretário de Organização do partido e também irá renunciar ao lugar de deputado na câmara baixa do Parlamento. 

"Nunca deveríamos ter confiado nele. Até hoje, estava convencido da sua integridade", afirmou Pedro Sánchez sobre Cérdan. 

Em conferência de imprensa a partir da sede do PSOE, o chefe do Governo espanhol afirmou que não sabia de "absolutamente nada".

O presidente do Governo espanhol pediu perdão “aos cidadãos” e anunciou uma auditoria externa às contas do partido para “eliminar qualquer sombra de dúvida” que os cidadãos possam ter.

"Aos cidadãos (...), aos ativistas e apoiantes do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), quero pedir desculpa", declarou Sánchez, que também é secretário-geral do PSOE. 

No entanto, Sánchez fecha a porta a uma eventual marcação de eleições antecipadas e garante que a legislatura vai chegar até ao final, ou seja, em 2027. “Agora, o que Espanha necessita é de estabilidade”, apontou.

O líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo (PP), considerou que o caso tem “gravidade extrema” mas descartou, para já, a apresentação de uma moção de censura. 

“Não nos vamos precipitar nem improvisar”, afirmou.
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