Espiões russos terão gravado orgias de Trump

por Sandra Salvado - RTP
"Uma caça às brruxas política", reagiu Trump Mike Segar - Reuters

Um documento a circular em Washington sugere que a Rússia possui “dados comprometedores” sobre o Presidente eleito dos Estados Unidos. O Kremlin já veio dizer que estas alegações são “absolutamente absurdas” e Donald Trump reagiu para dizer que se trata de "uma caça às bruxas". Já a organização WikiLeaks refere que as informações não são confiáveis.

O registo em vídeo noticiado pela imprensa norte-americana visaria chantagear o sucessor de Barack Obama. De acordo com o documento, que agora é objeto de investigação das agências de segurança dos Estados Unidos, Moscovo teria em seu poder vídeos de Trump em atividades sexuais bizarras.

"Sem dúvida, é uma farsa absoluta, falsificação absoluta e disparates absolutos", disse esta quarta-feira o porta-voz do Kremlin. Dmitry Peskov afirmou que Moscovo não tem informação comprometedora sobre Trump e que se trata de histórias inventadas.

Peskov declarou ainda que o Kremlin não recolhe dados comprometedores, mas sim relações com parceiros estrangeiros nos interesses da Rússia, da "paz global, estabilidade e segurança".

"É mais uma tentativa de prejudicar as nossas relações bilaterais. A qualidade da parte pública do relatório precedente e esta farsa são semelhantes. Em inglês isso chama-se de pulp fiction. Sem dúvida, parece que é preciso reagir a isso com humor", disse o porta-voz, citado pela agência France Presse.

"No entanto, há um lado triste: com efeito, há quem agrave a histeria, quem faça os possíveis para apoiar a situação de caça às bruxas. Além disso, o Presidente eleito Trump descreveu esta farsa como a continuação da caça às bruxas”, acrescentou.


Antes a cadeia televisiva CNN divulgou, com base em informações de altos funcionários dos EUA, que os serviços secretos informaram Barack Obama e Donald Trump sobre o facto de alguns "agentes russos" possuírem informações comprometedoras sobre o Presidente eleito, embora não tivessem sido apresentadas quaisquer provas.

A CNN diz ainda que as informações constavam de um anexo ao relatório sobre a alegada interferência russa nas eleições presidenciais. O FBI já está a investigar a veracidade destes dados.

Já o site norte-americano BuzzFeed divulgou uma cópia de todo o relatório. E acrescenta que o relatório tem circulado entre funcionários do Governo Federal, agentes das secretas e jornalistas há várias semanas.
“Chuva dourada” na suite presidencial
Entretanto, o BuzzFeed publicou o alegado relatório que foi entregue aos líderes governamentais dos EUA. Ali pode ler-se que, numa visita a Moscovo, Donald Trump reservou a suite presidencial do Ritz Carlton Hotel, onde sabia que Barack Obama tinha estado com a mulher, Michelle Obama, e contratou várias prostitutas para fazerem um golden shower (ato de urinar sobre o parceiro sexual).

A orgia teria acontecido em 2013, de acordo com o relatório.


De acordo com o documento, Donald Trump e seu círculo direto aceitaram um fluxo regular de informações do Kremlin, inclusive sobre o Partido Democrático e outros rivais políticos. Agentes russos também disseram possuir informações suficientes para chantagear Trump, a respeito de atividades sexuais "pervertidas" em Moscovo, providenciadas por órgãos das secretas russas.

O relatório diz ainda que a Rússia recolheu durante vários anos informações comprometedoras de Hillary Clinton, por via da interceção de chamadas telefónicas, depois controladas por um subordinado direto do Presidente russo, Vladimir Putin.

No relatório lê-se ainda que o hacking dos emails foi “levado a cabo com o total conhecimento e apoio de Donald Trump e dos membros mais seniores da sua campanha presidencial”.

A CNN refere ainda ter lido o relatório de 35 páginas, mas decidiu não publicar pormenores porque não os confirmou de forma independente. Ainda assim, diz que a sinopse de duas páginas com informação sobre os comportamentos de Donald Trump foi considerada tão sensível que nem sequer foi incluída no relatório sobre o hacking russo.

Já as autoridades optaram por isolá-la num anexo e revelá-la apenas aos cargos de topo do Governo: o ainda Presidente Barack Obama, o Presidente eleito Donald Trump e os oito líderes do Congresso, revela a mesma estação de televisão.
Dados falsos, diz WikiLeaks
"O ficheiro de 35 páginas publicado pelo Buzzfeed sobre Trump não é um relatório dos serviços de informações. O estilo, os factos e as datas não mostram credibilidade", escreveu a WikiLeaks no Twitter.


"Nós não aprovamos o documento publicado pelo Buzzfeed, que é claramente fictício", concluiu a organização.

Os relatórios secretos foram apresentados a Donald Trump na semana passada por quatro chefes dos serviços norte-americanos de informações.

Um dos motivos para incluir o anexo sobre o Presidente eleito foi para torná-lo ciente de que essas informações estão a circular entre agências de inteligência, membros do Congresso e outros funcionários governamentais em Washington, refere a CNN.

A Rússia, noticiou ainda a CNN, compilou informações potencialmente prejudiciais dos dois partidos políticos principais dos EUA, mas só divulgou informações negativas de Hillary Clinton e dos democratas.
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