Espionagem dos EUA tem reservas sobre Kaspersky por alegadas ligações a Moscovo
Washington, 11 mai (Lusa) -- Responsáveis norte-americanos da segurança e das informações tornaram hoje públicas as suas dúvidas sobre o gigante da segurança informática Kaspersky Lab, devido aos seus alegados laços com os dirigentes russos.
Esta empresa privada, sedeada em Moscovo, vende antivírus e outros programas informáticos para proteção dos computadores contra ações de pirataria, mas alguns receiam que estes instrumentos, pelo contrário, sirvam para espiar.
"Estamos muito preocupados e concentrados no assunto", declarou o chefe interino da polícia federal (FBI, na sigla em Inglês), Andrew McCabe, questionado sobre a Kaspersky durante uma audição na comissão parlamentar especializada nas Informações.
Vincent Stewart, um dos principais dirigentes da Agência de Informações e Defesa, integrada no Departamento da Defesa, garantiu que os seus serviços evitavam usar produtos Kaspersky.
O diretor da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em Inglês), Mike Rogers, declarou-se "consciente" do problema colocado pela empresa fundada em 1997 por Eugène Kaspersky, que já atingiu o estatuto de multinacional, com 3.600 empregados e cerca de 400 milhões de clientes.
Os chefes da Agência Central de Informações (CIA, na sigla em Inglês) e da Agência Nacional de Informações Geoespaciais, bem como o das Informações Nacionais, também exprimiram as suas reservas relativas à Kaspersky Lab, quando se suspeita que piratas informáticos russos tentaram influenciar as eleições presidenciais nos EUA, em 2016.
Em comunicado publicado hoje, a empresa desmentiu qualquer ligação com o governo russo.
"A sociedade nunca ajudou, e nunca irá ajudar, qualquer governo nos seus esforços de espionagem", garantiu Kaspersky.
O antigo conselheiro de segurança nacional de Donald Trump, Michael Flynn, recebeu 11.250 dólares, em outubro de 2015, de uma filial norte-americana da Kaspersky Lab.
Flynn foi forçado a demitir-se, em 13 de fevereiro, depois da revelação dos seus contactos frequentes com o embaixador russo em Washington.