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Estados Unidos e Indonésia realizam exercícios militares conjuntos

por RTP
Anthony Blinken enalteceu relação entre Estados Unidos e Indonésia Reuters

A meio de uma crise diplomática entre Estados Unidos e China, com a visita de Nancy Pelosi a Taiwan, americanos juntaram-se à Indonésia e outros países para realizarem exercícios militares conjuntos. Estes são os maiores exercícios militares alguma vez realizados na área.

Um evento que marca o reforço dos laços entre os dois países numa altura em que a China aumenta a atividade marítima na região do Indo-Pacífico. São mais de cinco mil soldados reunidos na ilha de Sumatra para realizar exercícios militares conjuntos. Os exercícios realizam-se desde 2009 e também incluem o Japão e a Austrália.

Tiveram início esta quarta-feira e têm como objetivo reforçar a capacidade de trabalho conjunto, a confiança e a cooperação para manter a região do Indo-Pacífico um local seguro e livre, de acordo com um comunicado da embaixada norte-americana em Jacarta.

“É um símbolo do laço americano e indonésio e a relação crescente entre forças terrestres nesta região. Porque as forças terrestres são a cola que mantém a arquitetura de segurança da região toda junta”, disse Charles Flynn, general do exército americano no Pacífico.

Os exercícios foram inaugurados com Flynn a ser acompanhado por Andika Perkasa, chefe-geral do exército indonésio, na cidade de Baturaja, na costa de Sumatra. O evento junta exércitos, marinha, força aérea e fuzileiros e irá durar até dia 14 de agosto.

A Al Jazeera, presente na região, fez uma análise diferente dos exercícios deste ano, notando uma mudança para o multilateralismo, com outros países a serem convidados. Tudo isto acontece numa altura em que a China também conduz exercícios militares, para manter a “soberania nacional”, numa resposta a Nancy Pelosi, que está de visita a Taiwan.

Mark Milley, General americano, disse que cada vez mais os Estados Unidos intercetam navios e aviões chineses na zona do Pacífico e que as interações hostis têm subido de forma proporcional.

“A mensagem aqui é que o exército chinês, quer por ar, quer por mar, tem começado a notabilizar-se por ser cada vez mais agressivo nesta região”, disse Milley no mês passado, numa visita à Indonésia.

Para o general norte-americano, a Indonésia tem uma importância estratégica vital para a região do Indo-Pacífico e é há muito um parceiro-chave. Exemplo disso, no início de 2022, vários caças, no valor de quase 14 mil milhões de dólares, foram enviados para o país asiático. Em dezembro de 2021, o chefe da diplomacia americana, Anthony Blinken, esteve em Jacarta para assinar um acordo para reforçar exercícios militares entre americanos e indonésios.

Apesar dos laços que unem Indonésia e China, Jacarta tem mostrado preocupações com as movimentações chinesas na zona económica indonésia do mar da China Meridional, que os chineses reclamam ser sua na totalidade.

O Japão participa pela primeira vez nos exercícios militares, afirmando que os mesmos promovem uma “visão de segurança do Indo-Pacífico livre e aberta e que permite trocas comerciais entre os Estados Unidos e outras democracias da região”.

Para a China, os exercícios são uma ameaça direta. Os meios de comunicação ligados a Pequim têm acusado os Estados Unidos de estarem a criar uma aliança na região do Indo-Pacífico, similar à NATO, com a intenção de provocar um conflito.
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