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Estados Unidos mantêm Boeing 737 MAX a voar
A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos afirma que não vai suspender as aeronaves Boeing 737 MAX porque a análise não demonstrou “problemas sistémicos de desempenho”. A posição norte-americana surge depois de mais de 40 países terem decidido fechar os seus espaços aéreos aos Boeing 737 MAX, modelo do avião que se despenhou na Etiópia.
“A investigação ainda agora começou e até ao momento não temos nenhum dado que nos permita qualquer conclusão ou que nos encaminhe para qualquer tipo de decisão”, avança a FAA num comunicado publicado na rede social Twitter.
“Até agora, a nossa análise não revelou problemas sistemáticos de desempenho e não fornece nenhuma base para mantermos a aeronave em terra”, acrescenta Daniel K. Elwell, responsável da Administração Federal de Aviação dos EUA.
O comunicado acrescenta que “no decurso da análise ao acidente com o voo 302 da Ethiopian Airlines se forem encontrados novos dados, que afetem a navegabilidade continuada da aeronave, a FAA tomará as medidas imediatas e adequadas”.
A Boeing garante que tem “total confiança na segurança dos 737 MAX”. No entanto, afirma que “compreende as decisões tomadas pelos seus clientes”.
No Twitter, a gigante de aviação, que nos últimos dias perdeu mais de 22 milhões de euros, reitera que “a segurança continua a ser a principal prioridade”.
Em comunicado publicado no seu site, o construtor de Chicago revelou “que vai aplicar melhorias no 737 MAX, a partir das próximas semanas, incluindo atualizações do MCAS, dos mostradores usados pelos pilotos, dos manuais de operações e na formação das equipas”.
A Boeing garante ainda que “nos últimos meses, e na sequência do acidente com o Lion Air 610”, a 29 de outubro de 2018, na Indonésia, “tem vindo a trabalhar nestes melhoramentos”.
A empresa indicou, na terça-feira, que irá atualizar o software de controlo de voo da aeronave 737 MAX para "torná-lo ainda mais segura" antes de abril, a data limite que a FAA impôs.
Nos últimos cinco meses, dois aviões Boeing 737 MAX caíram. O primeiro ao largo da Indonésia, em outubro de 2018, num desastre que provocou a morte a 189 pessoas. E o segundo no passado domingo, quando o voo ET 302 da Ethiopian Airlines se despenhou cerca de seis minutos após a descolagem do aeroporto de Adis Abeba, com 157 pessoas a bordo.
O porta-voz da Ethiopian Airlines, Asrat Begashaw, revelou esta quarta-feira que a "caixa negra" do avião da Boeing que se despenhou no domingo será analisada no estrangeiro, mas não foi ainda escolhido um país.
Numa entrevista à AP, Begashaw disse que a companhia aérea etíope ainda não decidiu para onde enviar os dados e os registos de voz do avião.
Decisão contestada
A decisão da FAA está a ser contestada por vários senadores e sindicatos de trabalhadores.
Para o senador republicano Ted Cruz, que preside ao comité de aviação, seria “prudente que os Estados Unidos também suspendessem temporariamente os aviões 737 MAX até que a FAA confirmasse a segurança dessas aeronaves e dos seus passageiros”.
Também os senadores democratas Edward Markey e Richard Blumenthal defenderam que os aviões se mantivessem em terra.
Também o senador republicano Mitt Ronmey frisa que “até se investigar as causas dos dois acidentes recentes e garantirmos a aeronavegabilidade dos 737 MAX, os aviões devem permanecer em terra”.
Os trabalhadores da Boeing também defendem que os 737 MAX se mantenham, provisoriamente, longe dos céus.
A Associação de Comissários de Voo defende que a “FAA deve aterrar temporariamente a frota do 737 MAX”.
“Os Estados Unidos têm o sistema de aviação mais seguro do mundo. A FAA deve agir de forma decisiva para restaurar a fé pública no sistema”, realçou Sara Nelson, presidente da associação.
Mais de 40 países interditam voos do 737 MAX
Depois de na terça-feira a Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA) ter suspendido temporariamente o espaço aéreo europeu aos Boeing 737 MAX, esta quarta-feira outros países anunciaram também a interdição.
As autoridades de aviação da Índia, Macau, Hong Kong, Emirados Árabes Unidos, Malásia e Ilhas Fiji anunciaram ter encerrado o espaço aéreo aos aviões Boeing 737 MAX.
Antes da EASA, já a Irlanda, França, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Omã, Singapura, China, Indonésia, Coreia do Sul e Mongólia tinham interditado o seu espaço aéreo aos voos do 737 MAX. Na Europa, o Reino Unido foi o primeiro país a avançar com a suspensão, seguido pela Alemanha. Em Portugal, a Autoridade Nacional de Aviação Civil antecipou-se em três horas à decisão da EASA e, às 16h00, já tinha interditado o espaço aéreo português a todos os voos operados por aviões dos modelos Boeing 737 MAX.
Em comunicado enviado terça-feira à Lusa, a Agência Europeia de Segurança Aérea sublinhou que, na sequência do acidente envolvendo o Boeing 737-8 MAX, da Ethiopian Airlines, "toma todas as medidas necessárias para assegurar a segurança dos passageiros".
Em complemento, a EASA emitiu Diretiva de Segurança, efetiva à mesma hora (às 19h00 de 12 de março), suspendendo todos os voos comerciais realizados por operadores de países terceiros dentro, ou fora da UE, dos modelos mencionados".
A EASA "continua a analisar os dados sempre que são disponibilizados", o regulador aéreo europeu afirmou que ofereceu "assistência" para investigar o acidente.
Também algumas empresas de aviação decidiram manter os Boeing 737 MAX em terra.
Entre as empresas que optaram por suspender os voos do Boeing 737-8 MAX estão a Norwegian, o Icelandair Group, o Tui Grupo (a maior operadora de turismo do mundo), a Aerolineas Argentinas, a Aeroméxico, a brasileira Gol, a indiana Jet Airways, a marroquina Royal Air Maroc e a própria Ethiopian Airlines.
As companhias aéreas que decidiram manter os voos com o 737 MAX estão impedidas de sobrevoar o espaço aéreo dos mais de 40 países que anunciaram a interdição.
Companhia norueguesa pede indemnização
A Norwegian Air Shuttles declarou que vai pedir uma indemnização à Boeing, após ter suspendido os voos das suas aeronaves deste modelo e arcado, consequentemente, com prejuízos financeiros.
A porta-voz da operadora norueguesa, Tonje Naess, disse à agência de notícias Associated Press (AP) que a companhia aérea de Oslo "não pode ficar com o ônus financeiro de uma aeronave nova que não pode ser usada”.
Na terça-feira, a Norwegian Air Shuttles suspendeu os voos dos seus 18 aviões Boeing 737 MAX por recomendação das autoridades da aviação europeia, depois do desastre da Ethiopian Airlines no domingo.
c/ agências
UPDATED #FAA Statement regarding @Boeing 737 MAX. pic.twitter.com/HxObBr7qRf
— The FAA (@FAANews) 12 March 2019
“Até agora, a nossa análise não revelou problemas sistemáticos de desempenho e não fornece nenhuma base para mantermos a aeronave em terra”, acrescenta Daniel K. Elwell, responsável da Administração Federal de Aviação dos EUA.
O comunicado acrescenta que “no decurso da análise ao acidente com o voo 302 da Ethiopian Airlines se forem encontrados novos dados, que afetem a navegabilidade continuada da aeronave, a FAA tomará as medidas imediatas e adequadas”.
A Boeing garante que tem “total confiança na segurança dos 737 MAX”. No entanto, afirma que “compreende as decisões tomadas pelos seus clientes”.
No Twitter, a gigante de aviação, que nos últimos dias perdeu mais de 22 milhões de euros, reitera que “a segurança continua a ser a principal prioridade”.
Boeing Statement on 737 MAX Operation: https://t.co/EL058Iarsg pic.twitter.com/lGQI5zJBfP
— The Boeing Company (@Boeing) 12 March 2019
Em comunicado publicado no seu site, o construtor de Chicago revelou “que vai aplicar melhorias no 737 MAX, a partir das próximas semanas, incluindo atualizações do MCAS, dos mostradores usados pelos pilotos, dos manuais de operações e na formação das equipas”.
A Boeing garante ainda que “nos últimos meses, e na sequência do acidente com o Lion Air 610”, a 29 de outubro de 2018, na Indonésia, “tem vindo a trabalhar nestes melhoramentos”.
A empresa indicou, na terça-feira, que irá atualizar o software de controlo de voo da aeronave 737 MAX para "torná-lo ainda mais segura" antes de abril, a data limite que a FAA impôs.
Nos últimos cinco meses, dois aviões Boeing 737 MAX caíram. O primeiro ao largo da Indonésia, em outubro de 2018, num desastre que provocou a morte a 189 pessoas. E o segundo no passado domingo, quando o voo ET 302 da Ethiopian Airlines se despenhou cerca de seis minutos após a descolagem do aeroporto de Adis Abeba, com 157 pessoas a bordo.
O porta-voz da Ethiopian Airlines, Asrat Begashaw, revelou esta quarta-feira que a "caixa negra" do avião da Boeing que se despenhou no domingo será analisada no estrangeiro, mas não foi ainda escolhido um país.
Numa entrevista à AP, Begashaw disse que a companhia aérea etíope ainda não decidiu para onde enviar os dados e os registos de voz do avião.
Decisão contestada
A decisão da FAA está a ser contestada por vários senadores e sindicatos de trabalhadores.
Para o senador republicano Ted Cruz, que preside ao comité de aviação, seria “prudente que os Estados Unidos também suspendessem temporariamente os aviões 737 MAX até que a FAA confirmasse a segurança dessas aeronaves e dos seus passageiros”.
Também os senadores democratas Edward Markey e Richard Blumenthal defenderam que os aviões se mantivessem em terra.
Também o senador republicano Mitt Ronmey frisa que “até se investigar as causas dos dois acidentes recentes e garantirmos a aeronavegabilidade dos 737 MAX, os aviões devem permanecer em terra”.
Os trabalhadores da Boeing também defendem que os 737 MAX se mantenham, provisoriamente, longe dos céus.
A Associação de Comissários de Voo defende que a “FAA deve aterrar temporariamente a frota do 737 MAX”.
“Os Estados Unidos têm o sistema de aviação mais seguro do mundo. A FAA deve agir de forma decisiva para restaurar a fé pública no sistema”, realçou Sara Nelson, presidente da associação.
Mais de 40 países interditam voos do 737 MAX
Depois de na terça-feira a Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA) ter suspendido temporariamente o espaço aéreo europeu aos Boeing 737 MAX, esta quarta-feira outros países anunciaram também a interdição.
As autoridades de aviação da Índia, Macau, Hong Kong, Emirados Árabes Unidos, Malásia e Ilhas Fiji anunciaram ter encerrado o espaço aéreo aos aviões Boeing 737 MAX.
Antes da EASA, já a Irlanda, França, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Omã, Singapura, China, Indonésia, Coreia do Sul e Mongólia tinham interditado o seu espaço aéreo aos voos do 737 MAX. Na Europa, o Reino Unido foi o primeiro país a avançar com a suspensão, seguido pela Alemanha. Em Portugal, a Autoridade Nacional de Aviação Civil antecipou-se em três horas à decisão da EASA e, às 16h00, já tinha interditado o espaço aéreo português a todos os voos operados por aviões dos modelos Boeing 737 MAX.
Em comunicado enviado terça-feira à Lusa, a Agência Europeia de Segurança Aérea sublinhou que, na sequência do acidente envolvendo o Boeing 737-8 MAX, da Ethiopian Airlines, "toma todas as medidas necessárias para assegurar a segurança dos passageiros".
Em complemento, a EASA emitiu Diretiva de Segurança, efetiva à mesma hora (às 19h00 de 12 de março), suspendendo todos os voos comerciais realizados por operadores de países terceiros dentro, ou fora da UE, dos modelos mencionados".
A EASA "continua a analisar os dados sempre que são disponibilizados", o regulador aéreo europeu afirmou que ofereceu "assistência" para investigar o acidente.
Também algumas empresas de aviação decidiram manter os Boeing 737 MAX em terra.
Entre as empresas que optaram por suspender os voos do Boeing 737-8 MAX estão a Norwegian, o Icelandair Group, o Tui Grupo (a maior operadora de turismo do mundo), a Aerolineas Argentinas, a Aeroméxico, a brasileira Gol, a indiana Jet Airways, a marroquina Royal Air Maroc e a própria Ethiopian Airlines.
As companhias aéreas que decidiram manter os voos com o 737 MAX estão impedidas de sobrevoar o espaço aéreo dos mais de 40 países que anunciaram a interdição.
Companhia norueguesa pede indemnização
A Norwegian Air Shuttles declarou que vai pedir uma indemnização à Boeing, após ter suspendido os voos das suas aeronaves deste modelo e arcado, consequentemente, com prejuízos financeiros.
A porta-voz da operadora norueguesa, Tonje Naess, disse à agência de notícias Associated Press (AP) que a companhia aérea de Oslo "não pode ficar com o ônus financeiro de uma aeronave nova que não pode ser usada”.
Na terça-feira, a Norwegian Air Shuttles suspendeu os voos dos seus 18 aviões Boeing 737 MAX por recomendação das autoridades da aviação europeia, depois do desastre da Ethiopian Airlines no domingo.
c/ agências