Mundo
Estados Unidos voltaram a atacar posições do Estado Islâmico no Iraque
O Pentágono confirmou que os Estados Unidos lançaram 14 novos ataques aéreos contra alvos do Estado Islâmico perto da barragem de Mossul, reconquistada no início da semana pelas forças curdas iraquianas com apoio norte-americano. A confirmação veio ao mesmo tempo que Barack Obama prometia enfrentar o grupo extremista no norte do Iraque, após a execução do jornalista norte-americano James Foley e a ameaça de matar um outro, caso os Estados Unidos continuem as suas operações militares.
A ameaça falhou. "Os Estados Unidos da América continuarão a fazer o que têm de fazer para proteger o nosso povo. Seremos vigilantes e seremos implacáveis", afirmou o Presidente norte-americano.
Obama referiu-se ao grupo Estado Islâmico (EI) como "um cancro" e apelou aos países do Médio Oriente a um esforço concertado para o extirpar.
O poder do Estado Islâmico parece invencível e ameaça já a capital Bagdade. Terça-feira registaram-se combates intensos em Baji, a norte da cidade, pelo controlo da maior refinaria do país.
O primeiro-ministro cessante Nuri al-Maliki pediu já aos Estados Unidos apoio aéreo para afastar a ameaça. Contudo, a Turquia e a Arábia Saudita aconselharam prudência aos norte-americanos, notando que as suas operações militares podem apenas inflamar ainda mais o sectarismo que deu origem ao Estado Islâmico.
O Pentágono está ainda a considerar um pedido do Departamento de Estado para reforçar a segurança dentro e fora da embaixada americana em Bagdade e do aeroporto da capital iraquiana. O número de soldados adicionais poderá não chegar aos 300, sublinhou à CNN uma fonte do Pentágono, sob anonimato.
Apelo a países árabes
A prudência turca e saudita poderá vir a revelar-se tão ineficaz junto do Presidente dos Estados Unidos como a ameaça do Estado Islâmico de executar novo refém americano. Mas para já produziu frutos. Barack Obama apelou aos seus aliados na região para serem eles a enfrentar o Estado Islâmico, falando no plural e na importância de um esforço concertado.

"Amigos e aliados em todo o mundo, partilhamos um conjunto de valores comuns que se enraízam no oposto do que vimos ontem", lembrou Obama quarta-feira à tarde, ao reagir ao assassínio do jornalista James Foley. "E continuaremos a confrontar este terrorismo odioso e a substituí-lo com um sentido de esperança e de civilidade".Através de operações secretas realizadas já este verão, os Estados Unidos tentaram libertar o jornalista executado, James Foley, e outros reféns. As operações falharam porque os reféns não se encontravam no local atacado e saldaram-se pela morte de vários extremistas do EI sem baixas entre os ocidentais.
As palavras de Barack Obama dirigem-se sobretudo à Arábia Saudita, ameaçada diretamente pelo extremismo do Estado Islâmico.
O grupo extremista proclamou em junho último um califado no norte do Iraque e leste da Síria, uma estrutura política que, no mundo muçulmano, ameaça diretamente a autoridade e o prestígio da Família Saud, que governa a Arábia Saudita e influencia por extensão milhões de crentes.
Por outro lado, tal como a Arábia Saudita, os extremistas do EI enraízam-se religiosamente no ramo sunita wahabbita. Contudo seguem uma ideologia ainda mais purista, o takfirismo, a mais radical das correntes políticas do Islão.
O takfirismo considera hereges (takfir) todos aqueles que não sigam a corrente wahabbita. E todos os hereges podem ser mortos sem problemas se não se converterem.
Apoio europeu às tropas curdas
O apelo de Obama dirige-se igualmente aos Estados da União Europeia que, até agora, não tomaram uma posição unânime sobre a ameaça do Estado Islâmico.
Após a difusão do vídeo da execução do jornalista James Foley, a Alemanha e a Itália aderiram à estratégia já assumida pela França e pelo Reino Unido e anunciaram que vão enviar ajuda militar aos soldados curdos peshmerga, para os ajudar a combater a ameaça.
Ambas prometeram fazê-lo sob liderança de Bagdade, apesar de a autoridade do Governo iraquiano estar desfeita após ter sido demonstrada a sua incapacidade em fazer frente às tropas do Estado Islâmico.

As tropas da região autónoma do Curdistão têm-se queixado de lhes ser igualmente impossível enfrentar a ameaça do Estado Islâmico, já que os extremistas se apoderaram de muito do equipamento militar norte-americano fornecido às tropas iraquianas e que estas deixaram para trás quando foram derrotadas.
O apoio aéreo dos Estados Unidos tem sido crucial para o avanço peshmerga dos últimos dias, tendo-lhes permitido recuperar a barragem de Mossul, conquistada há mais de um mês pelos extremistas e essencial para alimentar de água e de energia vastas regiões do norte iraquiano.
Obama referiu-se ao grupo Estado Islâmico (EI) como "um cancro" e apelou aos países do Médio Oriente a um esforço concertado para o extirpar.
O poder do Estado Islâmico parece invencível e ameaça já a capital Bagdade. Terça-feira registaram-se combates intensos em Baji, a norte da cidade, pelo controlo da maior refinaria do país.
O primeiro-ministro cessante Nuri al-Maliki pediu já aos Estados Unidos apoio aéreo para afastar a ameaça. Contudo, a Turquia e a Arábia Saudita aconselharam prudência aos norte-americanos, notando que as suas operações militares podem apenas inflamar ainda mais o sectarismo que deu origem ao Estado Islâmico.
O Pentágono está ainda a considerar um pedido do Departamento de Estado para reforçar a segurança dentro e fora da embaixada americana em Bagdade e do aeroporto da capital iraquiana. O número de soldados adicionais poderá não chegar aos 300, sublinhou à CNN uma fonte do Pentágono, sob anonimato.
Apelo a países árabes
A prudência turca e saudita poderá vir a revelar-se tão ineficaz junto do Presidente dos Estados Unidos como a ameaça do Estado Islâmico de executar novo refém americano. Mas para já produziu frutos. Barack Obama apelou aos seus aliados na região para serem eles a enfrentar o Estado Islâmico, falando no plural e na importância de um esforço concertado.
"Amigos e aliados em todo o mundo, partilhamos um conjunto de valores comuns que se enraízam no oposto do que vimos ontem", lembrou Obama quarta-feira à tarde, ao reagir ao assassínio do jornalista James Foley. "E continuaremos a confrontar este terrorismo odioso e a substituí-lo com um sentido de esperança e de civilidade".Através de operações secretas realizadas já este verão, os Estados Unidos tentaram libertar o jornalista executado, James Foley, e outros reféns. As operações falharam porque os reféns não se encontravam no local atacado e saldaram-se pela morte de vários extremistas do EI sem baixas entre os ocidentais.
As palavras de Barack Obama dirigem-se sobretudo à Arábia Saudita, ameaçada diretamente pelo extremismo do Estado Islâmico.
O grupo extremista proclamou em junho último um califado no norte do Iraque e leste da Síria, uma estrutura política que, no mundo muçulmano, ameaça diretamente a autoridade e o prestígio da Família Saud, que governa a Arábia Saudita e influencia por extensão milhões de crentes.
Por outro lado, tal como a Arábia Saudita, os extremistas do EI enraízam-se religiosamente no ramo sunita wahabbita. Contudo seguem uma ideologia ainda mais purista, o takfirismo, a mais radical das correntes políticas do Islão.
O takfirismo considera hereges (takfir) todos aqueles que não sigam a corrente wahabbita. E todos os hereges podem ser mortos sem problemas se não se converterem.
Apoio europeu às tropas curdas
O apelo de Obama dirige-se igualmente aos Estados da União Europeia que, até agora, não tomaram uma posição unânime sobre a ameaça do Estado Islâmico.
Após a difusão do vídeo da execução do jornalista James Foley, a Alemanha e a Itália aderiram à estratégia já assumida pela França e pelo Reino Unido e anunciaram que vão enviar ajuda militar aos soldados curdos peshmerga, para os ajudar a combater a ameaça.
Ambas prometeram fazê-lo sob liderança de Bagdade, apesar de a autoridade do Governo iraquiano estar desfeita após ter sido demonstrada a sua incapacidade em fazer frente às tropas do Estado Islâmico.
As tropas da região autónoma do Curdistão têm-se queixado de lhes ser igualmente impossível enfrentar a ameaça do Estado Islâmico, já que os extremistas se apoderaram de muito do equipamento militar norte-americano fornecido às tropas iraquianas e que estas deixaram para trás quando foram derrotadas.
O apoio aéreo dos Estados Unidos tem sido crucial para o avanço peshmerga dos últimos dias, tendo-lhes permitido recuperar a barragem de Mossul, conquistada há mais de um mês pelos extremistas e essencial para alimentar de água e de energia vastas regiões do norte iraquiano.