Estudo conclui que tatuagens têm efeitos prejudiciais no sistema imunitário

As tatuagens podem deixar sequelas no organismo humano, enfraquecendo as suas defesas e deixando-o mais exposto a infeções ou tipos de cancro. A conclusão é de uma investigação realizada ao longo de sete anos por 12 grupos de investigação internacionais.

RTP /
Foto: Peter Gercke - AFP

Para além de permanentes na pele, as tatuagens podem causar danos definitivos no sistema imunitário do ser humano. As conclusões são de um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, liderado por Santiago F. González, do Instituto de Investigação Biomédica ligado à Universidade da Suíça italiana.

A investigação indica que, logo após a realização de uma tatuagem, a tinta alastra-se rapidamente pelo corpo humano e, em poucas horas, acumula-se em grandes quantidades nos gânglios linfáticos, órgãos vitais do sistema imunitário, avançou esta quarta-feira a agência noticiosa espanhola EFE.

"Dentro dos gânglios linfáticos, as células imunitárias conhecidas como macrófagos capturam ativamente todos os pigmentos, desencadeando uma resposta inflamatória em duas fases"
, explicou a universidade suíça em comunicado citado pela agência Lusa.

A primeira fase aguda dura cerca de dois dias. Segue-se “uma fase crónica", que pode "durar anos" e durante este período o sistema imunitário fica enfraquecido, "aumentando potencialmente a [sua] suscetibilidade a infeções e cancro".

De acordo com os investigadores, os macrófagos, células que atuam em defesa do corpo na limpeza de detritos e na reparação de tecidos, não conseguem cumprir a sua função e eliminar a tinta, sobretudo a vermelha e a preta, como fariam com outros agentes patogénicos. As células acabam por morrer no decorrer do processo.

"Consequentemente, a tinta permanece nos gânglios linfáticos, num ciclo contínuo de captura e morte celular, afetando progressivamente a capacidade de defesa do sistema imunitário", conclui a pesquisa realizada ao longo de sete anos por 12 grupos de investigação internacionais, citada pela EFE.

O comunicado da universidade avança ainda que quase uma em cada cinco pessoas no mundo tem pelo menos uma tatuagem.
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