Etiópia - Líder da oposição em prisão domiciliária depois de confrontos

O líder da oposição etíope, Hailu Shawul, foi colocado sob prisão domiciliária, depois de confrontos entre os seus apoiantes e a polícia, segundo a chefe da missão da UE às eleições etíopes, a portuguesa Ana Gomes.

Agência LUSA /

Os apoiantes de Shawul, líder da Coligação para a Unidade e Democracia (CUD), manifestaram-se nas ruas de Addis Abeba protestando contra a forma como decorreram as eleições do mês passado, consideradas fraudulentas.

A polícia usou de extrema violência para acabar com as manifestações, resultando na morte de 22 pessoas, segundo informações divulgadas por Ana Gomes em conferência de imprensa na capital etíope.

Além de Shawul, também o número dois da coligação, Berhanu Nega, está sob prisão domiciliária.

A deputada europeia socialista afirmou que a UE "fez chegar ao governo a sua condenação das prisões domiciliárias e outras medidas persecutórias e ameaças contra os líderes da coligação opositora nos últimos dias, condicionando severamente as suas actividades políticas e movimentos pessoais".

Três semanas depois do escrutínio, os resultados não foram ainda divulgados. O partido no poder tem sido acusado de fraude massiva nas urnas.

Os observadores da UE revelam-se preocupados com a contagem irregular de votos e as notícias dos meios de comunicação públicos que indiciam a manipulação de resultados.

Dados provisórios do escrutínio dão conta que o partido no poder, a Frente Democrática Revolucionária Popular Etíope, e os seus aliados conseguiram 320 lugares no parlamento de 547 deputados.

O governo lamentou o sangue derramado, mas negou que a polícia tivesse abusado da força para fazer parar os manifestantes, culpando a CUD por incitar os manifestantes à revolta.


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